O que já era um desafio para encaixar no orçamento, deve complicar ainda mais com os reajustes anunciados pela Petrobras para esta sexta-feira, de 10,2% no preço da gasolina e de 15% no diesel, sendo o quarto da gasolina e o terceiro do diesel em 2021.

Em entrevistas à Rede TC de Comunicações nesta quinta-feira, mateenses se mostraram indignados com os valores atuais dos combustíveis, incluindo ainda os preços do gás de cozinha e energia elétrica, e afirmam que está ficando complicado sobreviver com o agravamento da situação econômica nesta época de pandemia do novo coronavírus.

Entre os mais afetados pelos reajustes sucessivos está quem depende de veículos para trabalhar. Como é o caso do motorista particular Jardel Silva.

Motorista particular, Jardel relata as dificuldades enfrentas com a redução da renda em virtude dos reajustes nos combustíveis. Foto: Divulgação

Há quase dois anos nessa função, ele relata que entrou na labuta com a gasolina no valor de R$ 3,89 o litro. Até ontem, antes do anúncio da Petrobras do novo aumento, pagava pelo litro da gasolina o valor de R$ 5,19 no Município. Na avaliação dele, o valor do combustível está mais barato em outros municípios em relação a São Mateus.

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Em 2021, Jardel detalha que está gastando R$ 2.900 por mês com combustível. Mesmo assim, mesclando em alguns momentos o álcool, que é mais barato, com a gasolina. Antes, a despesa ficava entre R$ 2.300 e R$ 2.500. Conforme disse, para não perder clientes e a situação financeira piorar ainda mais, manteve o valor cobrado aos passageiros, mesmo tendo de diminuir a margem de lucro.

Para agravar ainda mais a situação, Jardel, que é casado e tem um filho, frisa que as despesas de casa aumentaram com os reajustes, por exemplo, no gás de cozinha e na energia elétrica. Salienta que pagava R$ 65 no botijão gás de 13kg e R$ 180 na conta de luz. Atualmente, paga R$ 80 no gás e R$ 250 de energia elétrica por mês. “Está dificultoso, pesando no orçamento”, frisa.

“Está um absurdo”, diz mototaxista

Mototaxista há 14 anos em São Mateus, Antônio Gonçalves destaca que a situação está ficando insuportável. “O preço da gasolina está um absurdo, um aumento em cima do outro, está dificultoso trabalhar”, afirma.

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O mototaxista Antônio Gonçalves afirma que é um absurdo os aumentos nos preços dos combustíveis. Foto: Divulgação

Antônio Gonçalves avalia que o valor do litro da gasolina, verificada ontem pela Reportagem a R$ 5,19 em alguns postos de São Mateus, torna difícil a sobrevivência dos profissionais mototaxistas, que, além de abastecerem, é preciso tirar recursos da renda obtida para a manutenção da motocicleta.

O mototaxista ainda detalha que houve uma queda na renda dele, somando os gastos com combustíveis e a redução de aproximadamente 30% na clientela observada no período de pandemia do novo coronavírus. Ele avalia ainda que o fato dos clientes terem sumido pode ainda estar ligado às altas nos preços do gás de cozinha e da energia elétrica, o que faz com que as pessoas economizem no transporte.

Ele cita que também tem feito isso em casa já que pagava R$ 65 no gás e atualmente precisa desembolsar quase R$ 80. A conta de luz que vinha de R$ 218, atualmente chega a R$ 310. “A gente procura reduzir em casa o uso de energia, busca sacrificar algumas coisas para sobreviver”, salienta.

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Corte nos gastos para amenizar

Profissional de artes em unhas (nail design), Fernanda Ruy relata que também está cortando gastos em casa para compensar os aumentos nos preços do gás de cozinha e da energia elétrica. Ela detalha que está deixando de utilizar, por exemplo, o forno elétrico, panela elétrica, chaleira elétrica, entre outros equipamentos, para manter o valor da conta de luz dentro do orçamento.

Fernanda Ruy está cortando gastos em casa abdicando de equipamentos elétricos. Foto: Divulgação

Moradora do Bairro Sernamby, Fernanda relata que na semana passada ficou um período na casa de familiares em Guriri e lá comprou gás de cozinha a R$ 80. Entretanto, disse que fez uma pesquisa, chegando a encontrar o botijão de 13kg no valor de até R$ 96. Há alguns meses ela havia comprado o gás a R$ 70 no balneário.

Diante do atual cenário, a nail design chega a ‘comemorar’ o fato de não ter carro atualmente. “Vendo o preço dos combustíveis até brinco: ‘melhor andar a pé mesmo’”.

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