Com os lances da primeira praça do leilão de terrenos da Cridasa encerrando às 14h desta quinta-feira (27), 60 famílias, formadas por moradores de um condomínio localizado em Cristal do Norte, estão apreensivas com a possibilidade de perderam as moradias. De acordo com o presidente da Associação Semeando o Futuro, Juscelino Rosa de Oliveira, uma reunião foi realizada no dia 21 e os moradores decidiram acionar a Justiça para pedirem o embargo do leilão. Em entrevista à Rede TC nesta quarta-feira (26), o advogado Geraldo Rossetto disse que ainda está estudando o caso e que, além da ação de embargos de terceiros, pretende também acionar o Ministério Público Federal.

O advogado salientou que no condomínio residem muitas famílias de ex-trabalhadores da antiga Cridasa que ainda possuem créditos trabalhistas para receber. Ele enfatizou que o local não é invasão e que as residências foram construídas pela própria empresa e doada aos funcionários na época. Segundo o líder dos moradores, Juscelino, as casas foram feitas por meio de um programa de assistência social, utilizando recursos deduzidos do próprio Imposto de Renda da empresa.

Juscelino disse que teme ainda que o leilão provoque mais desempregos na localidade. “O terreno é o único meio de sustentação do povo. Corremos o risco de desaparecer a vila.

Temos uma diversificação agrícola que trouxe emprego para nós. Na época que fecharam a Cridasa, 150 famílias abandonaram Cristal no primeiro ano. Há nove anos as pessoas estão só indo embora. Temos medo que esse leilão mude o perfil do lugar” – observou.

O líder comunitário disse que trabalhou na usina alcooleira como analista químico e na expedição de álcool, e tinha um salário de cerca de R$ 5 mil, em valores atuais. Hoje, trabalha como frentista em um posto de combustíveis. “Tive que aprender a sobreviver com menos”. Ele enfatiza também que é gestor de um banco comunitário, chamado de Banco União.

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