Vitória – Muitas mulheres têm optado por engravidar mais tarde, o que aumenta a demanda por tratamentos em clínicas de reprodução. A ginecologista e obstetra da Unimed Vitória Anna Carolina Bimbato explica que esses tratamentos para fertilidade aumentam a chance de gestações gemelares. “O número de gestações múltiplas têm crescido por causa de um maior volume de tratamentos para a fertilidade”.

Estudo divulgado pela Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (Redlara) mostra que o Brasil lidera o ranking latino-americano dos países que mais realizaram fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial e transferência de embriões. Os dados de 2019 apontam que 83 mil bebês brasileiros nasceram, em 25 anos, por meio de tratamentos de reprodução assistida. Vale lembrar que a gravidez múltipla também é uma possibilidade caso haja gêmeos na família da mãe ou do pai.

Uma gravidez é considerada múltipla quando dois ou mais embriões se desenvolvem simultaneamente no útero materno. A especialista alerta que nesses casos a gestação deve ser acompanhada com muita atenção. “Na gestação de múltiplos podem ocorrer, com mais frequência, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, anemia, aborto espontâneo, parto prematuro e descolamento prematuro da placenta. Outra alteração muito grave é a Síndrome da Transfusão Feto-Fetal, condição em que um bebê recebe muitos nutrientes e o outro recebe menos”, detalha.

Estatísticas apontam que nasceram 83 mil bebês em 25 anos por meio de reprodução assistida. – Foto: Anna Shvets-Pexels/Divulgação

Pelo maior risco de complicações, a gravidez de múltiplos exige ainda mais cuidados. “As consultas e exames pré-natais são mais frequentes. A pressão arterial precisa ser monitorada pelo maior risco de hipertensão e pré-eclâmpsia. O acompanhamento nutricional também é necessário para que os bebês estejam recebendo nutrientes adequados e a gestante não ganhe muito peso”.

Segundo a obstetra, muitas vezes é preciso antecipar o parto em decorrência das complicações que surgem no decorrer da gravidez. “Quando a placenta e a bolsa amniótica são compartilhadas, por exemplo, se faz necessário que o parto seja no máximo até 36 semanas pelos riscos a que estão sujeitos os bebês”.

“E o parto normal, é uma opção? Em algumas condições, sim: desde que não seja uma gestação da mesma placenta, que o primeiro bebê esteja com a cabeça virada para baixo, e todas as patologias que possam ter surgido na gestação estejam sob controle”, pontua a médica.

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