GUSTAVO FIORATTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O comando da Secretaria Especial de Cultura, do Ministério da Cidadania, deve ser entregue nesta semana ao deputado Marcos Soares (DEM-RJ), filho do pastor Romildo Ribeiro Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus.
Se confirmada a indicação, Soares entrará no lugar do economista Ricardo Braga, que ficou dois meses no mesmo cargo e foi exonerado nesta quarta (6) para assumir a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, no Ministério da Educação.
Antes de Braga, a secretaria foi comandada por Henrique Pires, que deixou a cadeira dizendo que preferia sair a “bater palma para censura”. Ele se referia a uma portaria assinada pelo ministro Osmar Terra suspendendo edital da Ancine que continha uma linha de estímulo a obras LGBT.
Formado em direito, Soares é visto como um nome que pode estabelecer na subpasta diretrizes ainda mais conservadoras, em alinhamento com ideologia de defendida por parcela dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Osmar Terra.
No ano passado, Soares enviou um documento ao então presidente Michel Temer sugerindo que o Executivo retomasse nas escolas públicas a disciplina de educação moral e cívica, uma das ferramentas de controle ideológico instituída no período da ditadura militar.
“Defendemos, enfaticamente, o retorno da educação moral e cívica às escolas deste país. No momento histórico por que passa o Brasil, a sociedade demanda o retorno de valores éticos, patrióticos e cidadãos, valores que podem –e devem– ser desenvolvidos sistematicamente pela escola regular, desde o ensino fundamental”, escreveu.
Como deputado, Soares propôs projetos de radiodifusão que beneficiam organizações religiosas.

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