O bem-estar animal e a responsabilidade ambiental estão entre as principais preocupações da pecuária brasileira, mais importante atividade animal do País com R$ 150 bilhões de Valor Bruto da Produção, produção de 9,5 milhões de toneladas de carne por ano e exportação de 2 milhões de toneladas. “O bem-estar animal é essencial para evitar o estresse do gado e, consequentemente, sua improdutividade”, destaca a doutora Sirlei Maestá, vice-diretora da Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas (FCAT), da Unesp campus de Dracena.

“Ao contrário do que muitos pensam, o bem-estar animal não é só no curral, mas também no pasto. Se o animal não tem sombra, se a quantidade de água não é o suficiente e se tem pouco pasto, todos esses fatores, se mal administrados, desencadeiam estresse no gado e podem prejudicar e, muito, o resultado da atividade” – reforça a Sirlei, que participou de debate online sobre esses temas com José Dias Rossafa, gerente nacional de vendas da Coimma, líder em troncos e balanças para a pecuária.

O sombreamento tem grande importância em dias quentes, já que os animais preferem realizar suas atividades em locais mais frescos, como aponta a professora doutora Cristiana Andrighetto, vice-coordenadora do Curso de Graduação em Zootecnia da FCAT Unesp Dracena, que também participou da live.

“Em dias de temperaturas muito elevadas, a umidade cai, o clima fica muito seco e as árvores se tornam essenciais para os animais. Estudo realizado com a Agência Paulista de Tecnologias dos Agronegócios (APTA) de Andradina mostra que nas horas mais quentes do dia o sombreamento reduz a temperatura em até 6º graus celsius. As árvores podem fornecer esse alívio, além de auxiliar na captação dos gases emitidos pelos bovinos que contribuem com o efeito estufa. Após essa função econômico-ambiental, elas podem ser cortadas para aproveitamento da madeira. Isso deixa evidente quantos papéis relevantes as árvores têm na produção agropecuária” – explica Cristiana, em mensagem enviada à Rede TC pela assessoria da Coimma.

O correto manejo do gado do pasto até o curral também é essencial como fator antiestresse, uma vez que eventuais lesões sofridas pelo gado geram prejuízo para os produtores e para os frigoríficos, que têm de descartar as partes lesionadas e com abcessos. “O manejo deve ser calmo, sem agressões nos animais. Além disso, recomenda-se o uso de tronco de contenção de qualidade. Estudos mostram que, em média, meio quilo de carne é descartado por hematoma e de 40 gramas a meio quilo por abcessos vacinais. Isso nos leva a entender que o tronco ideal, o manejo bem feito no embarque, no transporte e na vacinação são positivos do ponto de visto de bem-estar animal, além de evitar perdas econômicas” – complementa a dra. Cristiana.

 

Foto do destaque: Gabriel Jabur / Agência Brasília

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