SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar tinha pouca alteração frente ao real nos primeiros negócios desta terça-feira (24), parando para respirar depois de na véspera saltar ao ritmo mais acentuado em seis meses, enquanto investidores monitoravam o noticiário eleitoral doméstico e o sentimento internacional.

Às 9h07 (horário de Brasília), o dólar recuava 0,03%, a R$ 5,29 na venda.
Na véspera, o mercado financeiro do Brasil foi pressionado pelas preocupações de investidores quanto aos efeitos da crise envolvendo Roberto Jefferson (PTB) sobre a campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O aliado bolsonarista e político de extrema direita foi preso pela Polícia Federal depois de tentar resistir à ordem judicial. Jefferson disparou mais de 20 tiros de fuzil e lançou duas granadas contra os agentes. Dois deles ficaram feridos, sem gravidade.

O Ibovespa tombou 3,27%, aos 116.012 pontos. Essa foi a maior queda do índice referência da Bolsa de Valores brasileira desde novembro do ano passado. No câmbio, o dólar passou dos R$ 5,30, com uma valorização de quase 3%, a maior em seis meses.

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O desempenho ruim ocorreu na contramão do mercado internacional. Nos Estados Unidos, o índice de referência da Bolsa de Nova York, o S&P 500, fechou em alta de 1,19% nesta segunda. Os indicadores Dow Jones e Nasdaq avançaram 1,34% e 0,86%, respectivamente.

Analistas consideram que, embora seja difícil avaliar o impacto do evento sobre a campanha de Bolsonaro, é possível que a crise envolvendo Jefferson tenha gerado aversão ao risco entre investidores e que isso esteja entre os fatores que levaram à queda da Bolsa nesta sessão.

Ainda no mercado de ações doméstico, houve forte desvalorização da Petrobras, cujas ações ordinárias mergulharam 9,89%. Os papéis preferenciais da companhia afundaram 9,20%. Os ativos da estatal não perdiam tanto valor desde o início de agosto.

A desaceleração da economia da China, principal parceiro comercial do Brasil, também ligou um sinal de alerta para as ações de exportadores de matérias-primas, que possuem grande peso no Ibovespa.

O PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 3,9%, abaixo da meta anual de 5,5%, que já é a menor em três décadas.

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A divulgação do dado, adiada da semana passada para esta segunda, ocorre depois que o presidente chinês, Xi Jinping, estendeu seu governo para um terceiro mandato sem precedentes e reforçou seu controle do poder político no 20º congresso do Partido Comunista.

O mercado brasileiro registrou nesta segunda uma situação inversa em relação ao quadro do final da semana passada, quando o Ibovespa acumulou alta de 7%, a maior desde novembro de 2020, superando os também fortes ganhos semanais obtidos pelos índices de referência no exterior.
Com Reuters

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