SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar caía frente ao real nesta terça-feira (29), acompanhando o bom humor internacional em meio a sinalizações do governo chinês de que pode flexibilizar sua política de Covid zero, embora temores fiscais domésticos persistissem após o envio da PEC da Transição ao Senado com prazo de quatro anos e exceção ao teto de até R$ 198 bilhões.

Às 9h09 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,96%, a R$ 5,3130 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,02%, a R$ 5,3125.

Nesta segunda-feira (28), o dólar comercial à vista fechou em queda de 0,83%, cotado em R$ 5,3650 na venda. O real obteve o melhor desempenho frente ao dólar entre as principais moedas nesta sessão que, em geral, apresentou valorização internacional da divisa americana.

O índice Ibovespa, referência para a Bolsa brasileira, caiu 0,17%, aos 108.782 pontos.
Petrobras e Vale subiram 2,39% e 0,91% e, com isso, impediram uma queda mais acentuada do principal indicador do mercado acionário doméstico.

Na ponta negativa do Ibovespa, o destaque é para as fortes quedas no setor de varejo após resultados da Black Friday que foram considerados fracos. Americanas, Via e Lojas Renner despencaram, nessa ordem, 9,68%, 6,70% e 4,42%.

No mercado de juros, a taxa DI (depósitos interbancários) para 2024 recuou para 14,28% ao ano, após ter fechado a semana passada em 14,48%.

Foto: freepik.com

Analistas apontaram que as valorizações do real e de algumas ações na Bolsa responderam a um movimento de correção após seguidas quedas diante dos temores de que a PEC da Transição passasse pelo Congresso sem alterações, o que seria visto como um cheque em branco para que o governo eleito ampliasse exageradamente os gastos do país.

A moeda e algumas ações de empresas do Brasil também podem ter sido beneficiados pela expectativa de que o governo do presidente chinês Xi Jinping siga criando estímulos econômicos para amenizar os efeitos do confinamento de moradores e interrupção de atividades econômicas no país para controlar as infecções por Covid.

Os protestos na China influenciaram negativamente os principais mercados globais nesta segunda, mas não impediram uma ligeira melhora de parte dos indicadores financeiros do Brasil.

Todos os principais indicadores de Wall Street recuaram. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq perderam 1,45%, 1,54% e 1,58%, respectivamente.

As manifestações começaram no fim de semana, depois que um incêndio em Urumqi, capital da região de Xinjiang, matou dez pessoas. Segundo manifestantes, o corpo de bombeiros demorou para agir por conta das restrições.

Os mercados no exterior ficaram ainda mais pressionados após um dos integrantes do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ter reforçado que a autoridade monetária continuará a elevar sua taxa de juros.

James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, disse que é necessário aumentar mais a taxa de juros para obter o controle da inflação e reduzi-la em direção à meta de 2%. “Temos um longo caminho a percorrer”, disse Bullard.

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