Para o diretor financeiro do Sindipetro, Reinaldo Alves de Oliveira, a venda anunciada pela Petrobras representa perdas tanto financeiras quanto sociais para a região.

Desde 2019, quando a Petrobras fez o anúncio de que iria vender ativos terrestres e concentrar esforços de exploração em águas ultraprofundas, o Sindipetro luta na Justiça para impedir este programa de desinvestimento da estatal. Uma das áreas mais afetadas por essa estratégia é o norte do Espírito Santo, que a partir da venda dos campos de exploração no Polo Norte Capixaba, dá adeus à presença da estatal.

Para o diretor financeiro do Sindipetro, Reinaldo Alves de Oliveira, isso representa muitas perdas e um grande prejuízo, tanto financeiro quanto social, para a região. Para impedir a saída total da Petrobras do norte capixaba, o Sindipetro anunciou que prepara ações para ingressar no Ministério Público Estadual, desta vez, por entender que a venda do Polo Norte Capixaba é ilegal.

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“A Petrobras assumiu condicionantes sociais e ambientais, além das autorizações dos institutos de meio ambiente, como Iema e Ibama, e agora não faz nenhuma comunicação se a empresa que assumirá os campos fará os mesmos compromissos”, disse Reinaldo.

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A preocupação do diretor sindical é embasa em um episódio recente ocorrido em Linhares. Ele lembra de um vazamento de óleo no campo de Lagoa Parda afirmando que o acidente escancara os efeitos da privatização no setor.

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“O que vimos foi uma empresa totalmente despreparada atuando na contenção do vazamento. Até hoje temos efeitos deste acidente ambiental e nenhuma resposta”.

Além disso, outro impactado citado pelo diretor, o financeiro, também traz prejuízos para os municípios em relação aos royalties do petróleo. Reinaldo lembra que um dos benefícios dados às empresas é a possibilidade de pagar apenas 50% dos royalties por um período de 10 anos.

“Temos ainda nesta conta a questão do desemprego. Um exemplo é a venda do Polo Cricaré, onde os trabalhadores que recebiam uma média salarial de R$ 4 mil por mês, hoje ganham metade, apenas R$ 2 mil” – acrescenta.

No entanto, Reinaldo acredita que é possível reverter o quadro, entendendo que a venda dos ativos pela Petrobras se trata de uma questão política. “É possível mudar e deve acontecer com a mudança na política nacional” – complementa.

Outra estratégia do Sindipetro é mobilizar parte da bancada federal capixaba em Brasília contra o que considera como esfacelamento da Petrobras.

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