Após o governador Renato Casagrande apresentar o 51º Mapa de Classificação de Risco da Covid-19, mantendo São Mateus em risco alto de transmissão até o dia 25, o sentimento de empresários de Guriri é de decepção e tristeza.

Dois deles ouvidos pela Rede TC de Comunicações na noite desta sexta-feira, Fabrício Buzetti e Leonardo Barbosa, falaram em repensar seus negócios e até em demitir mais funcionários.

A proposta dos comerciantes de Guriri era que os estabelecimentos que não abrem durante o dia pudessem funcionar à noite, seguindo todos os protocolos sanitários contra a covid-19, inclusive com testagem de temperatura dos clientes.

Ao apresentar ontem o Mapa de Risco, o governador Renato Casagrande não teceu nenhum comentário sobre a reivindicação dos mateenses, que lhe foi entregue na terça-feira pelo deputado federal Da Vitória, representando ainda o deputado estadual Freitas.

 

MAIS DEMISSÕES

Proprietário do Planet Rock, Fabrício Buzetti afirmou que o sentimento dele e dos demais comerciantes com quem já havia conversado é de mágoa e tristeza por São Mateus ter permanecido em risco alto. Fabrício esperava que o Município seria classificado em risco moderado, o que permitiria a retomada das atividades econômicas que estão tão prejudicadas no comércio de Guriri.

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Ele lembra que o setor vem sofrendo há 14 meses com as restrições provocadas pela pandemia e revela que já teve que demitir oito funcionários recentemente. Fabrício considera que na segunda-feira terá que demitir outros colaboradores. O empresário reforça que os comerciantes entendem a gravidade da pandemia e querem colaborar, mas precisam que sejam criadas condições para que possam trabalhar de forma decente.

“Atrás de um CNPJ, como atrás de um CPF, tem uma história de vida, muito sonho, muita luta, muita dor, muito choro. E você ver que tudo que construiu, com todo o sacrifício que fez para manter um negócio, pode acabar. Muito triste, muito doloroso” – lamenta.

“A gente não esperava isso do governo, porque São Mateus está comprovadamente em risco moderado. Achei uma falta de respeito muito grande pelo nosso setor, porque todas as empresas estão trabalhando, como lotéricas, bancos, ônibus lotados e o cara não pode vir com sua família num restaurante, com mesa de dois em dois metros, cumprindo todos os protocolos exigidos. Então o sentimento, neste momento, é de tristeza e uma mágoa muito grande. O setor está parado há 14 meses e a conta não fecha, não tem dinheiro para pagar salário, muitos [colaboradores] saíram, outros vão sair. Não tem como manter o negócio aberto. A gente quer trabalhar para que pelo menos possa pingar e não secar de vez” – desabafa Fabrício Buzetti.

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DECEPÇÃO

Para Leonardo Barbosa, do Petiscos e Cia, também de Guriri, o sentimento é de decepção total. “A gente fez um apelo ao governador, usamos o caminho político, fizemos reuniões com autoridades, um movimento ordeiro e ele [o governador] não quer fazer a diferença. Ele perde a oportunidade de fazer diferente de outros estados. Agora é o momento de repensar até a continuidade do nosso negócio, ver se vale a pena continuar ou não. O empresário não tem ajuda. Emprestar dinheiro a juros não é ajuda. A gente está na UTI, acabou a energia elétrica e o gerador está com pouco combustível” – desabafa também o empresário.

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