Por Leonardo Helou Doca de Andrade, do Transporta Brasil
especial para AutoMotrix

A Ford Maverick é uma picape com dimensões intermediárias (posicionada entre as compactas e as médias) com chassi em monobloco e fabricada no México. Derivado do utilitário esportivo Bronco e importado na versão única Lariat FX4, o veículo tenta harmonizar as características de dois mundos: a força das picapes tradicionais e o conforto dos SUVs. A Maverick que chega ao Brasil traz um pacote bem completo, sem opcionais. Segundo o site da Ford, o preço da picape parte de R$ 240.490.

Por fora, as linhas da Maverick lembram mesmo as tradicionais picapes médias da marca, mas com dimensões reduzidas. Parece uma “irmã menor” da linha Ranger. Inspirados nos da F-150, os faróis em leds da Maverick têm formato de “C”. São unidos por uma barra dupla horizontal que atravessa a ampla grade e sustenta o tradicional logo oval azul centralizado. No perfil, destacam-se a silhueta quadrática e a altura reduzida. As rodas de liga leve de 17 polegadas são na cor preta. As lanternas são trapezoidais e o nicho da placa é deslocado para direita, para abrir lugar centralizado para a pré-instalação de engate para reboque com conector de quatro pinos e chicote – a picape pode puxar até 499 quilos. A inscrição “Maverick” aparece em baixo relevo, na tampa da caçamba, que oculta um inusitado abridor de garrafas. A caçamba tem pontos de fixação robustos, revestimento de proteção e estepe com dimensões iguais às dos pneus do veículo. A capacidade volumétrica de carga é de 943 litros, e pode transportar até 617 quilos.

Por dentro, a Maverick tem bancos com revestimento de qualidade. O do motorista tem ajuste com comandos elétricos de oito posições e o volante é revestido em couro, com comandos dos sistemas de som e de direção bem ao alcance das mãos. Todos os vidros têm acionamento elétrico, inclusive a janela traseira que dá acesso à caçamba. Os puxadores das portas têm um design singular. O sistema de ar-condicionado é digital, com duas zonas, e a central multimídia tem tela de 8 polegadas com várias funcionalidades, incluindo a transmissão das imagens da câmera de ré. O painel é analógico, com uma pequena tela de TFT central de 6,5 polegadas colorida. O veículo conta com piloto automático selecionável pelo comando no volante, e o som é de alta qualidade, com bons graves e nitidez digital, com comando de voz no volante. Dá para acessar aplicativos e fazer o espelhamento do celular no sistema, via Apple CarPlay ou Android Auto.

A Maverick é movida por um motor turbo Ecoboost GTDi de 2,0 litros e quatro cilindros que desenvolve até 253 cavalos de potência a 5.500 giros e um torque de caminhão leve: 38,7 kgfm a 3 mil rpm. A tração é integral e a transmissão automática de 8 velocidades vem com seletor de marchas rotativo (E-Shifter) – o mesmo conjunto adotado no utilitário esportivo Bronco Sport. É um motor que conta com tecnologia de injeção direta de alta pressão controlada eletronicamente e duplo comando independente de válvulas. O turbocompressor tem característica de baixa inércia, com bom torque mesmo em baixas rotações, também controlado eletronicamente e refrigerado a água. De acordo com a Ford, o modelo acelera de zero a 100 km/h em sete segundos.

 

Primeiras Impressões

Sem medo de tempo ruim

 

São Paulo/SP – A viagem de teste da Ford Maverick Lariat FX4 foi feita em trechos urbanos, rodoviários e fora-de-estrada, totalizando 580 quilômetros. O veículo apresenta bom conforto. O motorista até esquece que está a bordo de uma picape. A posição de direção privilegia o bem-estar do motorista e há bastante espaço para o acompanhante do banco dianteiro. Atrás, três adultos não têm o mesmo conforto.

Ao acelerar, a Maverick despeja bom torque já na arrancada, com ruído interno reduzido, o que aumenta a percepção de conforto. Esta geração de propulsores da Ford promete muita potência com consumo equilibrado. E, de fato, entrega. Na cidade, faz média de 7,2 km/l, nada impressionante. Contudo, em trechos longos rodoviários, o bom desempenho ajuda nas ultrapassagens e, se o motorista não tiver o pé pesado, a média salta para mais de 12 quilômetros a cada litro de gasolina consumido. O tanque tem capacidade para 67 litros, o que confere uma boa autonomia. O seletor do câmbio eletrônico é bastante discreto e de fácil operação, enquanto o comando do freio de estacionamento é eletrônico. A visibilidade dentro da cabine é boa, com muito poucos pontos cegos. O tamanho um pouco menor da Maverick se reverte em mais facilidade de manobras e acesso a garagens de condomínios e em estacionamento para vagas de carros. O espelho convexo também ajuda nas manobras e a facilidade é aumentada pelo sistema de câmera de ré e pelos sensores de proximidade.

Nos trechos fora-de-estrada, a picape não passa aperto em atoleiros, sai facilmente dos aclives e tem bom desempenho em piso de terra. Em regiões rurais, com trechos bem difíceis de chão batido e alguns locais com lama, uma bela chuvarada de verão colocou o veículo à prova. E passou com louvor. O “pé d’água” criou a oportunidade de testar todos os cinco modos de direção disponíveis: o normal, o para piso escorregadio, o para lama/terra, o de areia e o de reboque, com maior torque na arrancada. Uma ressalva dinâmica, comum às picapes: a traseira fica meio “solta” quando a Maverick roda vazia.

COMPARTILHAR

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here