O Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes) manterá a contenção de gastos, mesmo após o Ministério da Educação (MEC) anunciar a liberação de recursos de custeio das universidades e institutos federais, que estavam bloqueados pelo Governo Federal. Conforme a diretora em exercício do Campus, Ana Beatriz Neves Brito, o corte de gastos com limpeza, energia elétrica e bolsas de iniciação científica serão mantidos.

Em resposta à Rede TC, a Pró-Reitoria de Planejamento da Ufes informou que a Universidade já havia recebido nesta terça-feira (1º) recursos da ordem de R$ 13,2 milhões que estavam contingenciados pelo MEC. Ana Beatriz considera que o recurso é suficiente apenas para fechar o ano sem dívidas. “Vamos encerrar 2019 com todas as contas pagas, mas no aperto, já que metade do valor bloqueado ainda não foi liberado pelo governo”, diz.

Vice-diretora do Centro Universitário, Ana Beatriz lembra que o Ceunes cortou o uso de ar-condicionado, reduzindo em 50% a despesa com energia elétrica. Também reduziu o gasto com material de consumo em geral, como produtos de limpeza e materiais para laboratórios, além de cancelar a abertura de novas bolsas de monitoria e bolsas de iniciação científica.

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Ana Beatriz ressalta ainda que o Governo Federal ainda não informou o valor que será repassado para a instituição federal em 2020. “Em 2019 trabalhamos com um valor menor que no ano anterior. Não queremos que essa situação continue e esperamos ainda que o governo libere os 15% restante dos recursos bloqueados. E que não haja contingenciamento para o próximo ano, uma vez que a universidade já trabalha no limite de gastos e não pode cortar mais despesas, prejudicando alunos e servidores” – ressalta.

Banheiros limpos uma vez por semana

Estudante do quarto período de pedagogia, Eliana de Jesus Souza Reis ressalta que percebeu a redução de funcionários da limpeza. “Fomos informados que a limpeza dos banheiros será feita só uma vez por semana e estamos vendo esse corte de gastos refletindo na limpeza e higiene das áreas comuns”, ressalta.

A vice-presidente do Diretório Acadêmico, Mercelly Campos, lamenta o corte de funcionários e não concorda com a contenção de gastos. Segundo ela, haviam 17 funcionários para limpeza do campus inteiro e hoje são apenas sete. “Adaptar a universidade aos cortes é precarizar ainda mais o ensino público. Ao invés disso, a instituição deveria pressionar o governo”.

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UFES

A assessoria de comunicação da Ufes informou que o bloqueio de verba de custeio foi da ordem de R$ 33,2 milhões dos recursos orçamentários de 2019, o que equivale a 33% do orçamento total inicialmente previsto de R$ 99,4 milhões (incluindo orçamento de custeio, de capital e emendas parlamentares).

Conforme a assessoria, este corte tem impactado diretamente as despesas com água, energia elétrica, contratos de prestação de serviços de limpeza e segurança. Já o bloqueio dos recursos orçamentários de capital, assim como das emendas parlamentares, afetará investimentos em obras e aquisição de equipamentos. “Todos os cortes impactarão indiretamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas por nossa Universidade”, diz a nota.

Pró-reitor de Planejamento, Anilton Salles Garcia afirma que os recursos que foram desbloqueados pelo governo serão utilizados exclusivamente para o pagamento de despesas de manutenção da Universidade. “Continuaremos respeitando todos os ajustes já realizados e que serão mantidos”.

Segundo a Administração Central da Ufes, as medidas de contenção de gastos ainda são necessárias em face do déficit de R$ 18,3 milhões no orçamento da instituição.

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São Mateus – ES

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