PAULA SOPRANA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia após ser retirado de índice de responsabilidade social da Bolsa de Valores, o Carrefour Brasil foi removido nesta quarta-feira (9) do quadro de associados do Instituto Ethos, uma das principais organizações para a promoção de responsabilidade social no setor privado.
O conselho deliberativo do instituto determinou a retirada da companhia após analisar suas respostas sobre o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos que morreu espancado por dois seguranças terceirizados em uma loja de Porto Alegre (RS) no dia 19 de novembro.
A empresa ainda não se manifestou.
A empresa pode retornar ao quadro de associados se cumprir uma série de medidas e apresentar progresso de resultados de alguns requisitos exigidos pelo instituto.
Entre as determinações estão o compromisso com um plano reparação à família de Beto, a ampliação a outros estados das ações de internalização dos serviços de segurança e a adoção de um modelo de segurança com foco na integridade e no bem-estar.
A companhia também precisará ser transparente sobre o investimento para essas ações nos próximos anos e propor um termo de compromisso que possa ser assinado e monitorado pelo Ministério Público.
A organização ainda suspendeu o apoio institucional e o patrocínio a eventos e já retirou o logotipo da marca de seu site.
O Instituto Ethos tem 138 grandes empresas associadas, como Petrobras, GPA e Renner, e trabalha para promover a responsabilidade social, com atuação nas frentes de ambiente, integridade e ética, direitos humanos e sustentabilidade.
Em comunicado, o Ethos diz que sua comissão interna de ética irá monitorar e reportar mensalmente os desdobramentos dos compromissos assumidos pelo Carrefour. A condição da empresa será reavaliada em seis meses.
A empresa não enviou posicionamento até a publicação deste texto.
Na terça (8), a companhia foi removida de um índice que reúne empresas com melhores práticas sociais, ambientais e de governança. Batizado de S&P/B3 Brasil ESG, é mantido pela empresa S&P Dow Jones Indices, nos Estados Unidos, e pela B3, a Bolsa brasileira. A decisão também foi tomada após uma análise da repercussão do assassinato de Beto Freitas.

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