Chamado de capacete Elmo, o respirador não invasivo idealizado pelo médico pneumo-intensivista Marcelo Alcântara ajudou a salvar milhares de vidas durante a pandemia da covid-19. O dispositivo ajuda a reduzir em 60% a necessidade de intubação em pacientes com pneumonia, segundo estudo.
A inovação, desenvolvida em apenas três meses, ganhou o prêmio do 9º Congresso de Inovação da CNI, realizado em São Paulo em março. O protótipo foi desenvolvido em parceria com o Instituto Senai de Tecnologia (IST) do Ceará, universidades, Secretaria de Saúde do estado, fundo de financiamento de pesquisa do Governo do Ceará e uma empresa privada, a Esmaltec.
“Expliquei que o capacete poderia servir para evitar a intubação e assim não pressionar o sistema de saúde, ao mesmo tempo que dá a chance ao paciente –que está precisando de oxigênio e tem um risco alto de ser entubado– de superar doença sem ser entubado”, lembra o médico Marcelo Alcântara.
Ele teve a ideia em 2020, no início da pandemia da covid-19, frente a um cenário de escassez de respiradores tradicionais.
O capacete oferece oxigênio combinado com ar comprimido. As trocas gasosas são pressurizadas e controladas por válvulas e filtros. “Com isso você garante essa pressurização, que auxilia na respiração do paciente que tem pneumonia, por exemplo, a pneumonia pela covid-19”, exemplifica o médico intensivista.
CONFORTÁVEL
Dentre as opções de ventilação, o capacete é a mais confortável. Por ser transparente, permite que o paciente mantenha contato visual com o ambiente. Além disso, evita a contaminação. “Ele protege o ambiente de contaminação. Os vírus que o paciente possa eliminar tossindo, espirrando, falando ficam dentro do capacete. Com isso não contamina o ambiente, nem as pessoas que estão do lado do paciente, incluindo os profissionais de saúde que podem trabalhar com mais segurança nesse momento” – destaca Alcântara.
O novo produto foi autorizado de forma emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que pudesse ser produzido e comercializado.
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