LUCIANO TRINDADE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apesar de muitos jogadores africanos serem protagonistas no futebol europeu há décadas, nenhuma das seleções do continente conseguiu refletir nas Copas do Mundo o mesmo sucesso.

Até hoje, o máximo que as nações africanas conseguiram em Mundiais foi chegar até as quartas de final, feito obtido primeiramente por Camarões em 1990.

Reprodução/Twitter @CAF_Online_PT

Na ocasião, o país surpreendeu logo na estreia ao vencer a Argentina de Diego Maradona, então campeã mundial. Depois, ao superar a Romênia, além da classificação, também liderou o grupo que tinha ainda a União Soviética.

Nas oitavas de final, os camaroneses venceram a Colômbia por 2 a 1 –dois gols de Roger Milla, o maior ídolo do futebol no país. Só pararam nas quartas, diante da Inglaterra do meia Bobby Robson, quando perderam por 3 a 2.

Somente dois países, Senegal, em 2002, e Gana, em 2010, conseguiram igualar o feito camaronês.

Desde que deixou sua marca no futebol mundial, no entanto, Camarões passou a acumular fracassos nas Copas que disputou. Depois de estrearem em 1982 e terem de esperar oito anos para voltar ao Mundial em 1990, a nação disputou cinco Copas (1994, 1998, 2002, 2010 e 2014).

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Além de sempre ser eliminada na fase de grupos nas últimas cinco aparições, venceu somente um duelo em 15 disputados. E já faz 20 anos. Foi em 2002, quando derrotou a Arábia Saudita, por 1 a 0, gol de Eto’o, atualmente presidente da federação nacional de futebol do país.

Depois de estrear naquela edição com um empate diante da Irlanda, Camarões perdeu para a Alemanha na rodada final e ficou em terceiro na chave, com quatro pontos, um a menos do que os irlandeses.

O Brasil também impôs derrotas à seleção africana nos últimos anos. Em Copas do Mundo, os países se encontraram duas vezes, em 1994 e 2014. Os brasileiros venceram ambas, primeiro por 3 a 0 e depois por 4 a 1.

Na Copa do Mundo no Qatar, as nações terão um novo encontro, no Grupo G. Suíça e Sérvia também estão na mesma chave.

O encontro entre sul-americanos e africanos será na última rodada, em 2 de dezembro, em Lusail. Como o Brasil é favorito não só na chave, mas também a levar o título, é esperado que o país já chegue à rodada final com sua classificação encaminhada. Camarões, então, poderá se aproveitar disso, principalmente se o técnico Tite resolver poupar suas principais estrelas.

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“Não vamos ter medo do Brasil porque o elenco atual não é o Brasil de antigamente”, polemizou o atacante camaronês Vincent Aboubakar, jogador do Al Nassr, da Arábia Saudita.

Com passagens no futebol europeu por clubes como Valenciennes, Lorient, Porto e Besiktas, ele afirmou ainda que “é claro que existem bons jogadores [na seleção brasileira], mas para ir longe na Copa é preciso de um grupo muito unido. Sem esse coletivo, de pouco adiante alinhar os grandes nomes.”

Camarões, contudo, não teve vida fácil para chegar à Copa do Mundo. Na verdade, a classificação do país foi uma das mais sofridas entre as seleções africanas.

A vaga veio após uma vitória emocionante sobre a Argélia nas Eliminatórias. No primeiro confronto entre as equipes, os argelinos venceram fora de casa, em Douala, por 1 a 0, gol de Slimani.

No jogo da volta, disputado em Blida, na Argélia, os camaroneses abriram o placar com Choupo-Moting.

A vitória no tempo normal levou o duelo para a prorrogação, e Ahmed Touba empatou o jogo faltando dois minutos para o fim. No quarto minuto dos acréscimos, porém, o gol de Karl Toko-Ekambi, jogador do Lyon, deu a Camarões o triunfo e, pelos gols fora de casa, a chance de jogar o próximo Mundial.

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“Somos uma grande equipe, representando um grande país, e acreditamos que podemos ir longe na Copa. Deixamos o nosso futebol falar”, disse Aboubakar.

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