LUCAS BOMBANA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Copresidente do conselho de administração do Itaú, Roberto Setubal, defendeu nesta terça-feira (23) a realização de reformas estruturais que aumentem a produtividade do país em nome de um crescimento econômico sustentável nos próximos anos.

“O Brasil é um país de oportunidades extraordinárias. E essas oportunidades só serão realizadas para o bem da população, com crescimento econômico, se a gente souber fazer algumas reformas superimportantes”, afirmou Setubal, durante evento promovido pela gestora de recursos Kinea Investimentos, controlada pelo Itaú.

O executivo disse que é preciso que o Brasil se torne mais competitivo frente aos pares globais, com uma maior abertura econômica da região, redução da carga tributária, avanço nos processos de privatizações e mais liberdade para a atuação da iniciativa privada.

Foto: Remy Steinegger/ World Economic Forum

“A riqueza é criada pela produtividade”, afirmou Setubal, acrescentando que algumas medidas nesse sentido foram tomadas nos últimos anos, com a aprovação da reforma da Previdência, da independência do BC (Banco Central), e das privatizações da Petrobras Distribuidora e da Eletrobras.

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“A agenda está andando, mas precisa andar mais rápido e continuar nessa direção”, disse o copresidente do conselho de administração do Itaú.

Ele também afirmou, contudo, que não percebe no debate eleitoral os candidatos abordando de maneira mais aprofundada o tema do ganho de produtividade por meio do avanço das reformas.

“Não vejo candidatos falando muito de crescimento econômico, produtividade, reformas. Ninguém está falando disso.”

Os políticos de modo geral assumem os mandatos já mirando a reeleição ou tentando eleger seu sucessor, o que contribui para que as reformas não sejam um assunto prioritário na agenda, assinalou o executivo.

“A reforma trabalhista ou a tributária não vão dar resultados em um, dois anos.”
A incerteza econômica contribui para juros altos no setor bancário, diz Setubal Ele afirmou ainda que os juros altos cobrados pelos bancos no país se devem em grande medida à volatilidade econômica e às dificuldades das pessoas e das empresas de conseguirem se planejar no longo prazo.

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Essa incerteza sobre o cenário econômico à frente “cria um risco muito elevado para quem empresta, e surge a questão do spread [diferença entre o custo do dinheiro obtido pelo banco em relação aos juros cobrados dos clientes], que tem que ser alto para suportar uma perda grande”, assinalou Setubal.

O Itaú Unibanco reportou no início do mês um lucro líquido de R$ 7,679 bilhões no segundo trimestre de 2022, o que corresponde a um crescimento de 17,3% na comparação com igual período do ano passado.

A margem financeira com clientes (diferença entre o custo do dinheiro captado pelo banco em relação ao cobrado dos clientes) cresceu 30,9% na comparação anual, para R$ 21,98 bilhões.

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