RICARDO DELLA COLETTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de proibir o uso, pela campanha do mandatário, de imagens feitas durante os eventos oficiais de 7 de Setembro é “mais uma interferência” para “prejudicar o governo”.

No domingo (11), o ministro do TSE Benedito Gonçalves proibiu Bolsonaro de usar na sua propaganda eleitoral, em todos os meios, imagens feitas durante os eventos oficiais de 7 de Setembro.

A determinação foi referendada pelos demais ministros do tribunal eleitoral. Em declarações transmitidas pela CNN Brasil na noite desta quarta-feira (14), Bolsonaro criticou a medida judicial.

O presidente Jair Bolsonaro participa da solenidade de assinatura dos decretos do Auxílio Gás e do Programa Alimenta Brasil, no Palácio do Planalto
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

“Mais uma interferência. Cada vez mais ações para prejudicar o governo mostrar o seu trabalho. O povo foi pela Independência [do Brasil], mas foi também para ver o seu presidente, para ouvir o seu presidente.”

“Essas imagens estão no Brasil todo e, ouso dizer, no mundo todo. Hoje todos sabem do carinho que tenho por esse povo e o respeito também. E sabem que nós somos a única opção para o Brasil continuar avançando.”

“Essa propaganda proibida pelo TSE agora… repito, mais uma interferência. Uma imagem linda dessa multidão na Esplanada dos Ministérios, na [avenida] Paulista, em Copacabana, em vários locais do Brasil.”

O presidente participava de uma carreata durante as declarações transmitidas pela emissora. Na noite de quarta, ele estava em natal (RN) para participar de um comício eleitoral.

Antes da determinação, a campanha do presidente chegou a veicular imagens das manifestações pró-Bolsonaro no 7 de Setembro na propaganda eleitoral. Também foram mostrados na peça discursos do presidente na ocasião.

Como a Folha mostrou, o presidente transformou as comemorações do 7 de Setembro em comícios de campanha em Brasília e no Rio de Janeiro, repetindo ameaças golpistas diante de milhares de apoiadores, mas em tom mais ameno do que no mesmo feriado do ano passado.

Em cima de carros de som, ele pediu voto, reforçou discurso conservador e deu destaque à primeira-dama Michelle Bolsonaro, com declarações de tom machista.

A decisão do TSE atendeu a pedidos das campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro que lidera as pesquisas de intenção de votos, e da candidata Soraya Thronicke (União Brasil).

O ministro Benedito Gonçalves concordou que houve utilização eleitoral da cerimônia, e que as imagens ferem o princípio da isonomia.

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