O professor do Curso de Agronomia do Ceunes, Marcelo Barreto, disse que equivocou-se em postagem publicada na página dele numa rede social, onde manifesta descontentamento com a manchete da TC de quarta-feira (23), com o título Cafeicultura capixaba registra maior produtividade da história, cuja informações foram passadas pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). “Eu, na verdade, me enganei na interpretação”, salientou nesta sexta-feira (25), em entrevista por telefone à Rede TC.
Ele argumenta que entendeu que a manchete falava em supersafra, quando, na verdade, refere-se à produtividade cafeeira capixaba por hectare. Na postagem, Marcelo Barreto defende sigilo na produção total das safras, com preocupação de que a revelação desses dados para o público possa levar o preço da saca de café para baixo.
Na mesma postagem, o Diretor Geral da Rede TC de Comunicações, Márcio Castro, respondeu que ficou surpreso com a manifestação do professor. “Meu caro professor Marcelo Barreto, fiquei surpreso com seus comentários e sua ilação injuriosa de que a matéria é paga. A produtividade informada refere-se ao desempenho de 2018 e todas as informações sobre expectativa de 2019 são de responsabilidade de órgãos públicos como o Incaper e a Conab”, relatou.
Márcio Castro acrescenta que não se pode esquecer que o Incaper tem, em seus quadros técnicos, vários agrônomos conceituados, como considera conceituados os agrônomos Marcelo Barreto e Welington Secundino. Sendo assim, o Diretor Geral ressalta que acredita que as informações do Incaper estão ancoradas em informações produzidas pelo corpo técnico do Instituto.
Reconhecendo que se equivocou na postagem, o professor Marcelo Barreto disse que não teve a intenção de criticar o jornal Tribuna do Cricaré ou o Incaper, mas fazer uma reflexão sobre o ato de tornar pública a produção total de safra, o que, na visão dele, gera especulação.
Marcelo avalia que a tendência é de que na safra de 2019, o preço de saca de café conilon esteja abaixo dos valores praticados atualmente. Ele sugere o estabelecimento de uma política agrícola no País de controle de estoque com o intuito de estabilizar os preços.
Em resposta a Marcelo Barreto, o Diretor Geral da Rede TC afirma que é uma infantilidade acreditar que a manipulação da informação do estoque de café pelos produtores rurais possa ser capaz de fazer o preço dessa commodities subir. Márcio afirma que o mercado de café tem balizamento nos mercados interno e externo cujos atravessadores estão antenados com a realidade e têm capacidade de perceber a tendência de mercado e influenciar no preço. Quando muito, os produtores podem reter a produção em seus armazéns para tentar reduzir a oferta no mercado e tentar influenciar o preço do produto.
Mas para que possam fazer isso é preciso que estejam capitalizados e em condições de reter a produção. Márcio afirma também que a cafeicultura tem uma grande importância na economia do Espírito Santo e a Rede TC está, como sempre esteve, ao lado dos cafeicultores capixabas para defender os interesses econômicos de quem produz.