O município de São Mateus, e o Norte do Espírito Santo, passa por momento favorável em um novo ciclo de prosperidade com os avanços na formação profissional e diversidade econômica. A avaliação foi feita pelo executivo Márcio Félix em entrevista exclusiva à Rede TC de Comunicações durante participação dele no 2º Seminário de Negócios do Setor de Óleo e Gás realizado na quarta-feira (20) no Ceunes.

Presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP) e ceo do Grupo EnP, Márcio Félix conhece muito bem São Mateus e o norte capixaba por já ter residido no município. Ele também já atuou como gerente-geral da Petrobras no Espírito Santo, foi secretário estadual de Desenvolvimento e secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia.

Márcio Félix: “Estamos no momento de retomada”.
Foto: Wellington Prado/TC Digital

“Hoje, a gente tem o campus [do Ceunes] da Ufes com engenharia do Petróleo, Ifes, Sesc, Sest/Senat, Sesi/Senai, tem outras faculdades particulares, tem uma juventude com uma energia nova aqui, temos novas empresas atuando no Norte” – frisa.

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Ele ressalta que, no passado, o fator de desenvolvimento era somente a Petrobras, mas que agora tem várias operadoras independentes atuando em exploração e produção.

“Estamos no momento de retomada, de aceleração, de oportunidades para novos fornecedores de bens e serviços, para uma revitalização da economia. Não é tão dependente de petróleo como era há 25 anos. Atualmente tem outras grandes empresas aqui como Marcopolo, por exemplo. A gente vê um momento favorável para que se tenha a retomada da produção, do emprego, da geração de renda. Enfim, tem um novo ciclo de prosperidade” – analisa.

Executivo estima produção de 8.000 a 9.000 barris/dia na região

Márcio Félix estima que a produção atual de petróleo na região, somando todas as operadoras independentes, deve estar em torno de 8.000 a 9.000 barris por dia, sendo a maioria em áreas adquiridas pela empresa Seacrest.

“Para ter uma ideia, em 1999, quando eu cheguei aqui, a produção de 1998 havia fechado em 8.900 barris por dia. E quando se falava que tudo ia acabar, a gente chegou a 30 mil barris por dia em terra. Então, a gente está recuperando parte da queda e vamos viver um ciclo de crescimento”, explica.

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Márcio Félix citou empresas que atuam na região petrolífera de onshore na região, como a Imetame Energia, Capixaba Energia, Seacrest, BGM, Vipetro, Mandacaru. “Além disso, temos ativos que pertencem a Origens Energia, que não está muito ativa aqui no Espírito Santo. E tem a Elysian que adquiriu blocos exploratórios na rodada de dezembro da ANP. Então o mapa do Espírito Santo já está diferente” – salienta.

Questionado sobre se essas empresas independentes também se dedicarão à exploração, à perfuração de novos poços, Márcio Félix respondeu que sim. “A gente mesmo tem participação. Uma delas, junto à Seacrest, tem participação em 20 blocos exploratórios aqui no Espírito Santo, de Linhares a Conceição da Barra”, aponta.

Neste sentido, o executivo garante que as operadoras independentes trabalham para obter novas descobertas. “Não é só viver do que a Petrobras descobriu. A infraestrutura, é claro, é um atrativo grande porque você já tem ali um fluxo de caixa produzindo, já tem receita. Não só aqui no Espírito Santo, mas em outros locais do Brasil, empresas independentes são as que hoje estão investindo na exploração” – enfatiza.

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EXPLORAÇÃO

Márcio Félix ressalta que a Petrobras também já teve preocupação com a exploração, mas aos poucos foi deixando de lado, se concentrando na produção, até que vendeu os ativos de terra por partes para se dedicar exclusivamente à produção em águas profundas e ultra profundas, como no pré-sal.

 

Foto do destaque: Wellington Prado/TC Digital

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