A condenação de três torcedores do Valencia por atos racistas contra Vini Jr., por oito meses, divulgada por LaLiga nesta segunda-feira, foi celebrada pela atacante do Real Madrid. O brasileiro usou suas redes sociais para revelar que foi muitas vezes induzido a desistir de sua luta contra a discriminação, mas garantiu que jamais desistirá e espera por novas punições.

Tirando o Santiago Bernabéu, em Madri, Vini Jr. virou alvo da revolta e ignorância de torcedores por todos os estádios da Espanha. Alguns clubes defenderam o atacante e compraram briga contra seus torcedores racistas, identificando-os, punindo-os, e os entregando às autoridades.

Em alguns locais, porém, optaram por jogar a culpa em Vini Jr., como em Valência. Essa punição de LaLiga mostra que o clube está errado e tem dificuldades em assumir seus erros, dizendo que o brasileiro é quem causa as ofensas por “ser provocativo” nas comemorações de gols.

“Muitos pediram para que eu ignorasse, outros tantos disseram que minha luta era em vão e que eu deveria apenas ‘jogar futebol’. Mas, como sempre disse, não sou vítima de racismo. Eu sou algoz de racistas. Essa primeira condenação penal da história da Espanha não é por mim. É por todos os pretos”, comemorou o atacante.

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O brasileiro, contudo, espera que outros tantos mais sejam também condenados e que essa primeira condenação sirva de lição para que as coisas mudem na Espanha. Mesmo em Madri, onde joga, o camisa 7 é vítima e sempre perseguido pelos torcedores do rival Atlético.

“Que os outros racistas tenham medo, vergonha e se escondam nas sombras. Caso contrário, estarei aqui para cobrar. Obrigado a La Liga e ao Real Madrid por ajudarem nessa condenação histórica. Vem mais por aí”, completou, confiante em mais punições.

FIFA

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, se manifestou sobre a condenação de três torcedores do Valencia por atos racistas contra Vinícius Júnior, por oito meses, divulgada nesta segunda-feira. “Estou satisfeito por ver a ação firme e a sentença adotadas pelas autoridades espanholas em relação aos abusos racistas contra Vinicius”, disse Infantino.

O dirigente também lembrou a mensagem do futebol contra o racismo no mundo. “Como reiterei claramente no congresso da Fifa, não podemos mais aceitar o que acontece nos estádios. A nossa mensagem para as pessoas em qualquer parte do mundo que ainda se comportam de forma racista quando se trata de futebol é clara: ‘Não queremos vocês aqui'”, afirmou Infantino. “Essas pessoas devem ser excluídas e não fazem parte do nosso futebol ou da comunidade futebolística.”

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Infantino reiterou a importância da decisão judicial. “Vamos pressionar para que o racismo seja reconhecido como crime em todos os países e, como foi visto em Espanha, quando ocorre um crime, vamos pressionar para que seja tratado com a severidade que merece.”

A organização Human Rights Watch também celebrou a pena de oito meses de prisão, instando as autoridades espanholas a promoverem estratégias de combate ao racismo sistemático. “O racismo não tem lugar no esporte”, afirma a organização, que publicou um vídeo em que Vini Jr., com lágrimas nos olhos, destaca que Espanha “não é um país racista”, mas que “há muito racista” no país.

Na sua mensagem, a entidade insta o governo espanhol a promover uma estratégia que proteja as minorias raciais e étnicas da discriminação, da violência racista e das desigualdades.

Foto do destaque: Lucas Figueiredo/CBF
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