ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E EXERCÍCIOS FÍSICOS SÃO ESSENCIAIS PARA
A PREVENÇÃO E CONTROLE DA OBESIDADE, RESSALTA GABRIEL BARROS
São Mateus – Um aumento significativo de casos de obesidade em cães e gatos acende um alerta para tutores quanto aos cuidados com a nutrição e longevidade de seus animais. Pensando no bem-estar dos pets, a Rede TC de Comunicações ouviu o gestor do Hospital Veterinário Pet Nort, Gabriel Barros dos Santos.
O médico veterinário aponta os principais cuidados que devem ser tomados para a prevenção e tratamento do sobrepeso e obesidade dos pets. “A primeira coisa que o tutor deve pensar é levar o pet para uma consulta com o médico veterinário para que o profissional possa prescrever o alimento ideal para cada animal. É importante manter as atividades físicas, dividir a alimentação entre 3 a 4 refeições diárias, não oferecer alimentos como uma forma de agrado ao animal, fornecer comidas que controlam a saciedade, não fornecer petiscos extras e realizar o controle da evolução da perda de peso ajustando assim a alimentação” – orienta.
Ele explica que existe uma tabela utilizada pelos veterinários que auxilia na avaliação dos animais. Trata-se de Score de Condição Corporal. De acordo com Gabriel, a tabela vai da escala de 1 a 9, tanto para cães quanto para gatos e é usada para identificar qual o grau de obesidade do animal.
“Fazemos a avaliação física desse paciente e classificamos o grau de sobrepeso ou obesidade que o animal está. O tratamento será especifico de acordo com a tabela. Por isso que a consulta é importante” – enfatiza.
“A primeira coisa que a gente tem que pensar é no tipo de alimento. Existem alimentos que são tóxicos aos animais e não devem ser ministrados de forma alguma como chocolate, macadâmia, cebola, uva. No caso de obesidade, deve-se evitar alimentos que contenham muito açúcar, como balas, sorvetes, tortas, doces, industrializados e comidas gordurosas como frituras” – orienta.
Tutor deve estimular a prática de atividade física
São Mateus – Para que o animal consiga perder peso, é fundamental que ele saia do sedentarismo, conforme orienta o médico veterinário Gabriel Barros dos Santos. Ele ressalta que é obrigação do tutor estimular a atividade física do pet, promovendo, por exemplo, passeios diários. “Só que isso deve ser respeitado, de acordo com a tabela de condição corporal do animal. Após avaliado, o pet pode ser estimulado com passeios. As atividades físicas devem ser realizadas respeitando as restrições dos indivíduos” – detalha.
De acordo com o veterinário, no caso de gatos de apartamentos ou de ambientes com espaço muito restrito, o que dificulta a realização de atividades físicas, é importante trabalhar com enriquecimento ambiental. “Para que esses animais consigam se exercitar ali mesmo no espaço onde vivem, podem, por exemplo, instalar arranhadores, brinquedos de escalada, entre outros, para gastar essa energia” – afirma.
OBESIDADE
Gabriel destaca que, assim como a obesidade é uma doença crescente nos seres humanos, ela já atinge cerca de 35% dos cães e gatos. “Acabamos levando os nossos hábitos para os animais. O sobrepeso é quando o animal tem 15% a mais do peso ideal dele e a obesidade é quando o animal excede 30% do peso ideal” – explica.
TRATAMENTO
O médico veterinário detalha que o diagnóstico de sobrepeso ou obesidade deve ser feito na consulta com o profissional que vai fazer a classificação do grau do animal. “Para tratar, primeiro é preciso classificar, onde é avaliada a silhueta corporal, deposições de gordura, proeminências ósseas, entre outras coisas de cada paciente. O tratamento é feito com rações terapêuticas, que tem níveis menores de gordura e fornecem saciedade, e envolve as atividades físicas e adequação da dieta” – reforça.
Ele pontua que o tutor também precisa estar ciente que a relações dele com o pet precisa melhorar. “Por exemplo, é de responsabilidade do tutor evitar o fornecimento de petiscos de forma indiscriminada como um agrado ao animal. Adequar os hábitos é de grande importância para o sucesso do tratamento da obesidade”.
CONSEQUÊNCIAS
Gabriel enfatiza que a obesidade e o sobrepeso podem acarretar complicações na vida dos pets. Como consequências do problema, ele cita que os animais podem apresentar doenças ósseas e articulares, diabetes, problemas dermatológicos, aumento do risco anestésico, redução da expectativa de vida, aumento da probabilidade de câncer, problemas respiratórios e stress térmico. “Essas são as causas mais comuns que atendemos aqui na clínica relacionadas ao aumento de peso” – complementa.
