Por Luiz Humberto Monteiro Pereira
AutoMotrix

A DAF anunciou sua intenção de vir para o Brasil em 2011 e, em outubro de 2013, a fábrica da marca holandesa em Ponta Grossa, no Paraná, ficou pronta. No entanto, de lá para cá, as vendas de caminhões no mercado brasileiro entraram em retração e ainda estão em patamares inferiores aos de 2011. Mas a DAF é uma das empresas que não têm do que reclamar. “De 2018 a 2021, o volume de emplacamento da DAF cresceu 139%, passando de 2.343 unidades para 5.600 em 2021. Em 2022, a DAF registrou a marca de 6.793 licenciamentos, sendo o melhor ano da marca no país. No ano passado, apresentamos a nova linha 2023, formada pelos modelos XF, CF e CF Off-Road, equipados com os motores Paccar MX-13, MX-11 e PX-7. Considerando somente o mercado de pesados, a DAF conquistou 10% de participação, com 6.500 unidades licenciadas em um mercado de 65 mil veículos”, contabiliza o paulista Luis Gambim, de 53 anos, diretor Comercial da DAF Caminhões Brasil, onde responde pelas áreas de vendas, desenvolvimento de concessionária, pós-venda, comercial e comunicação e marketing desde 2015. Com 32 anos de experiência no segmento de caminhões, Gambin é bacharel em Matemática pela Universidade São José do Rio Preto e formado em Ciências Contábeis. O executivo tem ainda pós-graduação pela Dom Cabral em Gestão Comercial e MBA pela ESIC Business & Marketing School, da Espanha, em Neuroestratégia e Pensamento Transversal, com especialização em Global Management & Leadership.

 

P) A DAF está completando uma década no Brasil, atuando no segmento de pesados e, mais recentemente, no de semipesados. Há perspectiva de atuar em outros segmentos de mercado?

R) Só dá para confirmar que estamos sempre atentos às demandas do mercado brasileiro. Em 2022, a DAF estreou no segmento dos semipesados. Agora, a marca está preparada para solucionar as operações de nossos clientes com uma gama de produtos ainda mais completa, que começa com os modelos CF de 260, 290 e 310 cavalos, equipados com o eficiente motor Paccar PX-7. Na sequência, vieram os modelos CF de 340, 370, 410 e 450 cavalos, já equipados com o novo propulsor Paccar MX-11. Completamos o nosso portfólio de soluções ao mercado brasileiro com os produtos equipados com o mais robusto dos nossos motores, o MX-13, que move o CF Off-Road e a linha XF com os Paccar de 480 e 530 cavalos.

 

P) O agronegócio tem sido a “salvação da lavoura” para o mercado brasileiro de caminhões, puxando fortemente as vendas. Como está o desempenho da DAF no setor?

R) O XF é o melhor caminhão para o agronegócio em virtude de seus atributos de robustez, baixo custo operacional, fácil manutenção e maior capacidade de carga, sendo perfeito para o escoamento de produção agrícola. Porém, temos a solução ideal para vários momentos dessa cadeia, como o CF Off-Road, que pode atuar na lavoura de cana ou no transporte sustentável de madeira, por exemplo. As versões rígidas do CF de 260, 290 e 310 cavalos podem resolver a vida de quem atua na distribuição de produtos do agro com um caminhão eficiente, econômico, robusto e seguro. Se trata da melhor solução se considerarmos os valores de responsabilidade social e sustentabilidade, pois o Brasil precisa transportar os seus bens perecíveis de forma mais segura.

 

P) Na indústria de caminhões, um assunto em alta é a eletrificação e o uso de combustíveis alternativos, como o biodiesel e o gás. Em novembro do ano passado, a DAF mostrou um modelo elétrico na Fenatran, que atraiu muita curiosidade. Como a empresa avalia as possibilidades de redução das emissões de poluentes das frotas de caminhões no Brasil?

R) A DAF abriu a discussão sobre eletromobilidade da marca no Brasil ao apresentar na Fenatran 2022 o caminhão LF Elétrico, que é produzido na Holanda e já está consolidado no mercado europeu. Muita gente se interessou em conhecer esse caminhão tecnicamente e já estamos prevendo suas aplicações locais no futuro. O Brasil ainda precisa definir a sua agenda em eletromobilidade, considerando o uso racional e sustentável de seus recursos para atender à demanda energética do futuro. Isso inclui a geração de energia limpa, um planejamento para a implantação e expansão da rede de distribuição de recarga pelo país, redução dos custos de produção, entre outros desafios que serão superados ao longo dos próximos anos. Seguramente, o LF Electric será uma das soluções em eletromobilidade para o mercado brasileiro, assim como outros modelos elétricos que serão lançados no momento mais oportuno para os nossos clientes e parceiros. A DAF está preparada para o novo mundo e fará parte da transformação da mobilidade em nosso país.

 

P) Como está a rede de concessionárias DAF no mercado nacional?

R) Terminamos o ano de 2022 com 54 pontos de vendas, entre concessionárias DAF Caminhões Brasil e lojas TRP. A Rede de Concessionárias DAF está presente em todo o país, acompanhando o crescimento constante da frota circulante da marca. São 16 grupos de concessionárias DAF totalmente alinhados à estratégia de expansão da marca, que alcançam todos os Estados. Em 2023, o plano de expansão deverá incluir entre seis e dez novos pontos de atendimento e a ampliação de algumas concessionárias para novas instalações, seguindo o mais moderno padrão da marca, a exemplo da DAF Viana, de Vitória (ES), da DAF Caramori, de Rondonópolis (MT), e da Somafertil, de Uberlândia (MG). Em 2022, a fábrica de Ponta Grossa também passou a exportar parte de sua produção para o Chile e a Colômbia.

 

P) Com a entrada em cena dos modelos Euro 6, quais são as perspectivas da DAF para 2023?

R) Prevemos um incremento de 15% a 20% na produção, sendo dois terços para o mercado doméstico e o restante para exportação. Um desempenho que será impulsionado pela nova geração Euro 6, que tornam as linhas CF e XF até 8% mais eficientes. Desde o início da produção na nossa fábrica de Ponta Grossa, em 2013, já colocamos nas estradas brasileiras cerca de 24 mil caminhões. Em apenas dois anos, comercializamos o mesmo volume da Nova Linha DAF registrado pelos antecessores, o XF105 e o CF85, em sete anos.

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