MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) está determinado a descobrir quem está financiando as fake news contra as urnas eletrônicas.
Para isso, deve quebrar sigilos telefônicos e fiscais de envolvidos com a divulgação das notícias falsas -inclusive de auxiliares próximos ao presidente Jair Bolsonaro, caso isso seja necessário.

Os magistrados pretendem determinar inclusive conduções coercitivas caso os investigados ou as testemunhas se recusem a depor no inquérito aberto na segunda (2) para investigar a disseminação de mentiras sobre o sistema eleitoral.

Um dos intimados deve ser o ministro da Justiça, Anderson Torres. E o próprio Bolsonaro pode ser chamado a depor, como mostrou nesta terça (3) a coluna Painel.
Magistrados acreditam que, como o objeto da investigação aberta pelo tribunal foi bem delimitado -o ataque às urnas-, será mais simples descobrir de onde vêm os recursos que financiam o que consideram uma farsa e curso, tendo como protagonista o presidente Bolsonaro.

As mentiras sobre a segurança do sistema de votação têm sido divulgadas em lives e pronunciamentos de Bolsonaro, mas também em redes sociais.
De forma anônima, elas são espalhadas em formatos de vídeos, fotos e textos bem elaborados.

Leia também:   Incertezas em momentos de desastre favorecem desinformação

Alguns dos vídeos contam até com a representação de atores e figurantes, em filmagens feitas com pelo menos duas câmeras, boa iluminação, edição e acabamento.
Em um deles, um homem joga na loteria e exige um comprovante impresso que o atendente se nega a entregar, dizendo que a operação fica registrada “direto no sistema”.

A peça foi distribuída para vários grupos de Whatsapp que apoiam Bolsonaro e é apenas um dos vários exemplos de ataques que circulam nas redes.
A desconfiança é de que o bolsonarismo segue usando uma máquina profissional de fake news que alcança e pode ludibriar milhões de pessoas com informações falsas.

O nível dos ataques que o próprio tribunal tem sofrido também levam à desconfiança de que a rede bolsonarista tem usado robôs para disparar fake news envolvendo os ministros.​
A sugestão de abrir um inquérito administrativo partiu do corregedor-geral Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão. Além disso, o TSE enviou a live para o inquérito das fake news, que corre no STF, sob relatoria de Alexandre de Moraes.

Leia também:   Incertezas em momentos de desastre favorecem desinformação

As medidas foram as mais duras já tomadas até agora contra Bolsonaro. E deixam o presidente encurralado: investigado na esfera eleitoral, ele pode se tornar inelegível. Na criminal, pode ser condenado e cumprir pena.

 

Foto do destaque: Reprodução

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here