O dia do combate à sífilis e à sífilis congênita é lembrado neste sábado (21). A Secretaria da Saúde (Sesa) alerta e esclarece algumas dúvidas sobre a doença. A Sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, sendo a bactéria adquirida por relação sexual com indivíduo infectado, sem proteção de preservativo peniano ou vaginal e de gestante com sífilis para o bebê durante a gestação.

Na maioria das vezes, a sífilis não apresenta sintomas e o diagnóstico é realizado por meio de testes rápidos em Unidades Básicas de Saúde (UBS), na atenção primária ou podem ser realizados em laboratório. Se não houver o tratamento correto, torna-se uma infecção por tempo indeterminado. A falta de informação e, principalmente, não saber se contraiu a bactéria são as principais causas para a transmissão da doença entre os parceiros sexuais.

De janeiro a setembro deste ano, foram notificados 6.108 casos de sífilis adquirida, 1.868 casos de sífilis em gestantes e 644 casos de crianças com sífilis congênita no Espírito Santo. Já durante todo o ano de 2022, foram registrados um total de 7.437 casos de sífilis adquirida, 2.291 casos de gestantes com sífilis e 671 casos de crianças com sífilis congênita no Estado. (Fonte: ESUS-VS 18/10/23 – dados preliminares).

A referência da Coordenação Estadual de IST/Aids da Sesa, a médica Bettina Lima, ressalta a importância da prevenção e de detectar a doença ainda no início.

“A sífilis é uma doença muito frequente, geralmente não tem sintomas, porém tem cura. É importante que a pessoa realize o teste para receber o tratamento correto e, com isso, se curar. Ela pode levar a sérias consequências de saúde para o adulto e até abortamento e morte do bebê, no caso de sífilis congênita, aquela que passa da mãe com sífilis para o bebê. Uma gestante com sífilis, quando realiza o tratamento de forma adequada, protege também o bebê. No caso de teste positivo, é muito importante também o tratamento dos contatos sexuais da pessoa para não ocorrer reinfecção, ou seja, uma pessoa que já tratou e pega novamente da parceria sexual que não realizou o tratamento”, explicou Bettina Lima.

Formas de Sífilis

A mais comum é a “sífilis latente”, a que a pessoa infectada não apresenta sintomas e é detectada por testes positivos. A “sífilis primária” é quando os sintomas aparecem em forma de feridas, tipo úlceras, e a bactéria entra na pele formando o cancro duro. Na “sífilis secundária”, geralmente é notada pelo aparecimento de manchas no corpo, inclusive na palma das mãos e na planta de pés, bem como verrugas planas conhecidas como condiloma plano. Já na “sífilis terciária”, bem mais agressiva, pode acarretar problemas no coração, no sistema nervoso e ósseo.

A “sífilis adquirida” é aquela no adulto em que a infecção ocorre principalmente por meio de relações sexuais sem proteção de preservativos. E a “sífilis congênita” é diagnosticada no bebê, que é quando a infecção acontece ainda na gestação da mãe infectada não tratada ou tratada inadequadamente, caracterizando a sífilis de transmissão vertical, ou seja, transmitida da mãe para o filho. É importante saber que a mãe tratada ao longo da gestação dificilmente transmite sífilis para o bebê.

“É importante que a gestante faça o teste para a detecção da sífilis logo na primeira consulta do pré-natal, pois a sífilis congênita é uma doença grave e se não tratada pode levar à morte do bebê. É importante alertar também que toda grávida tem o direito de fazer teste rápido de sífilis, desde a primeira consulta de pré-natal, bem como a parceria sexual, e, no caso de teste positivo, iniciar o tratamento imediatamente”, frisou Bettina Lima.

Sintomas

Assim como qualquer outra doença, os sintomas da sífilis variam de acordo com o organismo de cada pessoa. Entretanto, nas pessoas que apresentam sintomas de sífilis adquirida, grande parte delas manifesta as feridas nos órgãos genitais (úlceras), lesões avermelhadas na pele, prurido, dor nas articulações, perda de cabelo, alterações visuais, a até meningite, entre outras alterações em vários órgãos do corpo com maiores complicações.

A doença precisa ser tratada logo em sua fase inicial, pois pode progredir para a fase de latência tardia (fase em que a doença fica escondida, incubada), e voltar a se apresentar com sintomas mais graves após vários anos de infecção. Já a “sífilis congênita”, na maioria dos casos, a criança fica internada em um período de dez dias para tratamento com penicilina em rede hospitalar.

Tratamento

Todas as pessoas com os sintomas de sífilis devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de sua região, onde será realizado o teste rápido e, se comprovada a infecção pela doença, será iniciado o tratamento com antibiótico, e também realizados os testes rápidos que detectam além da sífilis, incluindo outras infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, Hepatite B e C.

Durante o tratamento, os pacientes são orientados sobre os cuidados a serem tomados, sobre o uso de medicamentos antibióticos nas unidades de saúde que podem durar até três semanas, além do uso de preservativos durante toda a fase do tratamento. Também são informados que para o real êxito no tratamento a parceria sexual do paciente infectado também precisa ser tratada.

Em crianças recém-nascidas diagnosticadas com sífilis congênita no momento do parto, o tratamento é realizado nos hospitais com a utilização de antibióticos intravenosos.

No tratamento da sífilis, apenas os casos que a bactéria atinge o sistema nervoso central da pessoa, podendo causar grandes danos ao corpo e acarretando problemas como meningite, lesão ocular, alterações neurológicas, são necessárias internações.

Orientações importantes a serem observadas e seguidas

A sífilis tem diagnóstico, tratamento e cura, porém a pessoa pode ter e não saber, por isso é importante realizar o teste na Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua casa;

Em caso de resultado positivo, realize o tratamento até o final, seguindo todas as orientações passadas pelo profissional de saúde;

Além da pessoa infectada, a parceria sexual também precisa realizar o teste e, se necessário, ser tratada;

Nas relações sexuais, usar os preservativos penianos e vaginais;

As gestantes precisam realizar o pré-natal logo no início da gestação e realizar o teste para caso seja positivo iniciar imediatamente o tratamento, garantindo assim a proteção da criança; mães com diagnóstico positivo e tratamento durante a gestação raramente transmitem para o bebê. No caso do homem, ele também deve realizar os exames de pré-natal com a gestante.

 

 

Foto do destaque: Secom- PMJ/Divulgação

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