Na avaliação do produtor Jarbas Alexandre Nicoli Filho, a safra de 2024 de café conilon deve ser boa, mantendo a estabilidade de produção em relação a 2023, ou um pouco melhor, mas cerca de 30% aquém do que se imaginava. Conforme explica, em entrevista à Rede TC de Comunicações, as lavouras foram impactadas pelas altas temperaturas e falta de chuva nos meses de novembro e dezembro, além da ação da praga cochonilha. Por outro lado, ressalta que as chuvas que caíram de forma expressiva nos primeiros meses deste ano amenizaram a situação, mitigando prejuízos dos agricultores.

Jarbinhas, como é conhecido, frisa que a perspectiva a princípio era de uma produção estourando em 2024, bem acima do ano passado. Contudo, explica que a falta de chuva e as temperaturas altas nos dois meses finais de 2023 fizeram a lavoura sentir.

O produtor explica que a irrigação montada no norte do Estado geralmente oferece uma reposição de quatro litros de água por metro quadrado. “E a evaporação estava em torno de 7 litros diários. Então diariamente, estava com déficit de três litros por metro quadrado. Aí não dá conta, a planta começa a sentir, começa a murchar. Houve queima de folhas, principalmente onde pegava o sol da tarde diretamente, houve queima de frutos” – detalha.

O produtor Jarbas Nicoli Filho destaca que as chuvas deste ano amenizaram a situação da lavoura de café, afetadas com a alta temperatura de novembro e dezembro de 2023.
Foto: Divulgação

Ele acrescenta ainda o problema de uma nova cochonilha, uma praga que acaba fazendo com que haja derrubada de grãos. “Ela atacou ferozmente o café neste ano, coisa que tinha mais de seis anos que não tinha problema”, sustenta. O produtor suspeita, inclusive, que o calor excessivo pode ser um fator que pode ter gerado a ação da cochonilha, porque a aplicação preventiva no solo tem o efeito prejudicado pela falta de umidade.

 

Chuvas de 2024 salvaram a produção

O produtor Jarbas Nicoli Filho comemora as chuvas com volume expressivo registradas no norte do Estado nos primeiros dois meses de 2024. “Essas chuvas que iniciaram em janeiro salvaram a produção, salvaram o que está no pé. A planta se reestruturou, se hidratou novamente. A gente espera como o grão está mais solteiro, tem menos grãos na roseta, um grão também mais bonito. Dá tempo de recuperar. Se não chovesse, o bicho pegava” – avalia.

Jarbinhas explica que os frutos e as folhas afetadas com as altas temperaturas são abortadas pela planta, o que gera falha na roseta, que vai dar mais espaço para o grão. Sendo assim, a perspectiva é que com o volume de chuva de janeiro e fevereiro, o grão consiga se inchar e deixar o fruto mais bonito.

 

Avaliação positiva do mercado atual do conilon

O mercado do café conilon está em momento positivo. O produtor Jarbas Alexandre Nicoli Filho relata que a saca está com preço acima de R$ 800. “Deu uma queda nesta semana, mas está nessa faixa ainda”, explica. Ele detalha que atualmente está em média R$ 812, podendo variar de acordo com a qualidade. “Dias atrás chegou a R$ 850 se eu não estiver errado”, sustenta.

Um fator observado pelo produtor para o bom preço do conilon está nas exportações. Ele relata que recebeu informações que ocorreram muitas exportações de café conilon nos meses de janeiro e neste mês de fevereiro, período que não se exportava muito.

O produtor destaca que os insumos estão com preços mais baixos aos praticados anteriormente, em especial os fertilizantes. “Eu acredito que o fertilizante está mais em conta devido à seca na região produtora de soja”, avalia. Jarbinhas acredita que a seca no Centro-oeste fez com que aumentasse a oferta dos fertilizantes, devido à diminuição de consumo naquela região.

Foto do destaque: Divulgação

 

 

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