RENATO MACHADO E MARIANNA HOLANDA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira (23) que a proposta que muda as regras do saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) vai ser encaminhada ao Congresso Nacional no “mais tardar” semana que vem.

Marinho acrescentou que sua pasta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Ministério da Fazenda vão se reunir ainda nesta semana para “bater o martelo”.
A medida, no entanto, ainda enfrenta resistência em alguns setores do governo e por isso sua tramitação está se prolongando.

Marinho teve uma reunião nesta segunda-feira (23) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi o primeiro evento no Palácio do Planalto do mandatário, após ter passado por uma cirurgia no quadril e nas pálpebras.

Após o evento, o ministro do Trabalho e Emprego afirmou que a decisão sobre a proposta referente ao saque-aniversário do FGTS sai nos próximos dias.
“Nós vamos despachar com o presidente, conjuntamente com Casa Civil, Caixa [Econômica Federal] e [Ministério da] Fazenda nos próximos dias, provavelmente ainda nesta semana, para bater o martelo final”, afirmou o ministro a jornalistas.

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“Batendo o martelo, provavelmente nesta semana, mais tardar semana que vem [será encaminhado o projeto de lei ao Congresso]”, completou.

A proposta possibilita a liberação do saldo do FGTS para quem optou pelo saque-aniversário nos últimos anos e que não conseguiu acessar os recursos ao ser demitido. Ela havia sido encaminhada ainda em agosto do Ministério do Trabalho para a Casa Civil, que então decidiu ouvir a equipe econômica.

A avaliação no Planalto é que a proposta pode enfrentar dificuldades durante a tramitação. Isso porque há a avaliação de que deputados e senadores resistem a modificar ou abolir uma regra que eles próprios aprovaram.

Deputados e senadores podem resistir a dar aval a uma medida que pode “esvaziar o fundo”, apesar de ser popular entre os trabalhadores e de injetar recursos na economia.

Além disso, a criação do saque-aniversário contou com uma grande articulação do Congresso anteriormente. A proposta que alterou as regras na época foi criada por meio de uma MP pelo governo Jair Bolsonaro (PL) e ganhou o apoio das bancadas, tanto governistas como de oposição.

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APLICATIVOS

Marinho também disse que repassou ao presidente Lula atualização sobre as duas propostas que regulamentam as atividades por aplicativos, de transporte de pessoas e entregas. Assim como já havia dito em audiência no Senado, reforçou que não há acordo em relação aos serviços de entrega.

Por isso, Marinho afirmou que a proposta referente a esse serviço deve repetir os pontos centrais da proposta para transporte de passageiros.
“Coloquei para ele [Lula] a evolução das conversas, vocês são sabedores que existe fechada a base para um acordo com os aplicativos de transporte de pessoas. Resta somente finalizar a redação, daqui para que na semana que vem estar consolidado e a gente apresentar em definitivo ao presidente, para transformar em projeto de lei e remeter ao Congresso Nacional”, afirmou.

“Antes de submeter ao Congresso Nacional, é importante dizer a vocês o resultado final nós vamos conversar com os presidentes [da Câmara e do Senado], com Lira e Pacheco sobre o assunto. Em relação aos entregadores, não tem acordo. Nós devemos preparar um projeto de lei para submeter ao presidente com base nos conceitos fechados para o transporte de pessoas. Ele ficou satisfeito com o resultado até aqui”, completou.

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Como a Folha de S.Paulo mostrou, a proposta inclui o pagamento de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), seguro de vida de R$ 40 mil e valor mínimo por hora, entre outros direitos trabalhistas e previdenciários.

Pela minuta do projeto, prestadores de serviço de empresas como Uber, 99, iFood e Rappi poderão trabalhar como autônomos ou ser contratados por meio da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)

Foto do destaque: Agência Brasil/Divulgação

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