Jaguaré – Um tema de grande relevância quando se analisam as consequências da pandemia da covid-19 sobre a atividade econômica diz respeito aos seus efeitos sobre a produtividade. No entanto, segundo o presidente do Sindicato Rural de Jaguaré, Jorge da Silva Neto, a produção agrícola no Município este ano foi positiva e não sofre com os impactos da pandemia.

Segundo ele, o ano de 2020 foi economicamente positivo para o homem do campo. “Como produtor rural, não tivemos dificuldades em adquirir insumos, produtos que usamos nas lavouras. Compro e exporto produtos e [a pandemia] não atrapalhou em na-da. Acredito que o maior impacto foi sentido mesmo no comércio, que precisou ficar fechado” – afirma.

Jorge, que é natural de Muriaé (MG), reside há 20 anos em Jaguaré. Ele disse que por todos esses anos acompanha o desenvolvimento do Município e tem boas expectativas para 2021, principal-mente no setor agrícola.

CONILON

Porém, conforme explica Jorge, a produção de café conilon neste ano sofreu uma queda de pelo menos 50% em relação aos dois anos anteriores. No entanto, ele frisa que não há relação com a pandemia. Segundo o presidente, a queda na produção está relacionada a questões climáticas e à sazonalidade. “Acredito que vai voltar ao normal ano que vem” – avalia.

Em relação à próxima safra cafeeira, Jorge acredita que o Município, que é um dos maiores produtores de café conilon do Espirito Santo, terá uma colheita farta, muito melhor que a deste ano. “O nosso carro-chefe aqui é o café”, destaca.

A historiografia local registra que os primeiros habitantes de Jaguaré eram procedentes, principalmente, do Nordeste e dos sertões de Minas Gerais.

Apesar de ter melhorado em relação ao período de crise hídrica, entre 2014 e 2017, a produção de café Conilon ainda está aquém da safra recorde do início da última década, quando Jaguaré atingiu cerca de 1 milhão de sacas. De acordo com dados da Pesquisa de Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 o Município produziu mais de 500 mil sacas de café Conilon.

A agricultura é a principal atividade econômica de Jaguaré, tendo a diversificação das culturas ganhado cada vez mais destaque, por exemplo, na própria produção de café Conilon, pimenta-do-reino, coco, maracujá, mamão, uva e goiaba.

PRIMEIROS DESBRAVADORES

A procura de terras férteis e devolutas, em junho de 1946 chegava ao território que hoje compreende o Município de Jaguaré, procedente de Jaciguá, Município de Cachoeiro de Itapemirim, uma caravana composta de 14 agricultores e o representante do Governo do Estado, Bértolo Malacarne, que tinha a responsabilidade de organizar e coordenar a colonização daquela área pertencente ao Município de São Mateus.

Inicialmente esses agricultores fixaram-se no ponto chamado Ponte do Rio Barra Seca. Dali partiam para a colonização das terras. A exploração agrícola e extração da madeira foram fatores decisivos no processo de desenvolvimento.

A povoação fundada pelos primeiros colonizadores recebeu a denominação de Lagoa de Jaguaré, nome de um capim que existia em abundância na época. Com o tempo, a lagoa foi desaparecendo, e o povoado passou a ser denominado Jaguaré. Pela Lei Estadual nº 1.951, de 13 de janeiro de 1964, foi transformado em distrito, o que foi concretizado com a sua instalação em 9 de agosto de 1964, ainda subordinado ao Município de São Mateus.

Em 13 de dezembro de 1981, pela Lei Estadual nº 3,445 aconteceu a criação do Município de Jaguaré, com território desmembrado do Município de São Mateus. A instalação aconteceu no dia 31 de janeiro de 1983. O Município atualmente é constituído de três distritos: Jaguaré e Barra Seca, instalados em 31-01-1983, e Nossa Senhora de Fátima, criado pela Lei Estadual nº 241, de 23 de abril de 1992.

A historiografia local registra que os primeiros habitantes de Jaguaré eram procedentes, principalmente, do Nordeste e dos sertões de Minas Gerais. Eles viviam basicamente da agricultura, da caça e da pesca, e abriam espaços nas florestas para o cultivo de lavouras de mandioca, milho e feijão e foram, efetivamente, os primeiros desbravadores da mata jaguarense.

O primeiro nome que o lugar teve foi Lagoa do Jaguaré, expressão que estava ligada ao nome de um capim encontrado em abundância no território. Em 1954 houve um plebiscito para mudar o nome, pois, segundo os idealizadores da proposta, não era uma denominação adequada para um povoado por ser nome de capim. Foram escolhidos três nomes: São Cipriano, São Manoel e São João Bosco. Temendo a divisão da comunidade, os articuladores decidiram que o lugar continuaria chamando-se Jaguaré.

 

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