NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Com deságio em torno de 50%, três distribuidoras de eletricidade do país contrataram nesta sexta 162,5 MW (megawatts) médios em contratos de energia para entrega em 2025 e 2026. O fornecimento será feito por uma usina da Petrobras em Cubatão (SP), movida a gás natural.

Os deságios foram comemorados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), já que ajudam a segurar os preços da energia no país. A térmica de Cubatão tinha um custo de geração de R$ 350 por MWh. Nos contratos do leilão, o valor cai para R$ 178 por MWh.

O volume contratado é pequeno, se comparada à demanda nacional de energia, mas o governo avalia que a competição entre geradores em um momento de sobrecontratação de energia pelas distribuidoras pode ajudar a reduzir preços também nos próximos leilões.

Com um custo variável de operação mais barato, a energia contratada nesta sexta passará à frente de projetos mais caros quando o ONS precisar acionar térmicas para poupar água nos reservatórios. Os clientes das distribuidoras compradoras também devem se beneficiar com menor pressão nas tarifas.

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Nesta sexta (25), a Aneel testou um novo modelo de leilão de energia existente, abrindo a possibilidade de disputa por empreendedores ainda sem usinas prontas. Ao todo, 88 empreendimentos se cadastraram para a concorrência.
Para os contratos com entrega a partir de 2026, dois terços da capacidade vinham de projetos ainda não existentes, por exemplo.

“Houve competição, tem uma oferta grande e, para ser contratado, tem que reduzir preço”, disse após o leilão o gerente executivo da Aneel para a área de leilões, André Patrus Ayres Pimenta. Ele evitou, porém, fazer projeções para as próximas concorrências.
Até o final do ano, a Aneel realiza mais três leilões de energia. O próximo, no dia 8 de julho, contratará fornecimento com entrega em três anos.

Os compradores desta sexta são as distribuidoras Celpa, Cemar e Light, que operam no Pará, no Maranhão e no Rio de Janeiro. Apenas elas entenderam, neste momento, que precisam reforçar sua oferta a partir de 2025.

A baixa demanda já era esperada. O setor de distribuição de eletricidade avalia que há um grande índice de sobrecontratação de energia no país, já que as projeções de crescimento da demanda foram afetadas após o início da pandemia do novo coronavírus.

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Os contratos para entrega em quatro anos negociados nesta sexta tiveram deságios de 52,47% sobre os preços iniciais. Os de cinco anos, tiveram deságio de 45,79%. Os contratos terão duração de 15 anos. Os contratos têm valor total de R$ 3,4 bilhões.

A térmica da Petrobras que fornecerá a eletricidade tem potência instalada de 219 MW (megawatt) e passará por investimentos em modernização para atender os novos contratos. O combustível usado será o gás natural liquefeito, que é importado em navios.

A energia do leilão desta sexta não tem efeito sobre a crise hídrica atual, já que a entrega ocorre a partir de 2025. Para tentar poupar água dos reservatórios, o governo vem buscando usinas com capacidade de fornecimento ainda em 2021.

EQUATORIAL VENCE LEILÃO DE PRIVATIZAÇÃO DA COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO AMAPÁ

A Equatorial Energia venceu também nesta sexta o leilão de privatização da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), ampliando sua atuação no país após ter adquirido a distribuidora de eletricidade gaúcha CEEE-D no final do primeiro trimestre.
No certame, a companhia fez a única oferta pela endividada CEA, que foi adquirida por um valor simbólico de cerca de R$ 50 mil, referentes a ações de titularidade do Estado do Amapá.

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O novo controlador terá de assumir passivos precificados em cerca de R$ 1 bilhão, conforme arranjo que teve a participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Como vencedora, a Equatorial deverá responder por R$ 3 bilhões de investimentos pelo período de 30 anos, para atender cerca de 830 mil habitantes na área de concessão.
A celebração do contrato de concessão também está condicionada à realização de aumento de capital da CEA no valor mínimo de R$ 400 milhões, a ser subscrito pela Equatorial.

A Equatorial, que venceu o leilão definido por uma combinação de valores de outorga e tarifa, tem gestoras como Squadra, Opportunity, BlackRock e Verde como acionistas, além da canadense CPPIB, de fundos de pensão.
A empresa também controla distribuidoras de energia no Maranhão, Pará, Alagoas e Piauí.

 

Foto do destaque: Daniel Marenco/Folhapress

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