CLAYTON CASTELANI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A inflação nos Estados Unidos subiu acima do esperado e dados detalhados do relatório do índice revelaram que a alta de preços está resistindo à política de elevação de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

O índice de preços ao consumidor subiu 0,4% no mês passado depois de avanço de 0,1% em agosto, disse o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (13). O mercado esperava uma alta de 0,2%, segundo levantamento da agência Reuters.

Nos 12 meses até setembro, o índice teve alta de 8,2%, depois de ter subido 8,3% em agosto. Na base anual, o índice atingiu um pico de 9,1% em junho, que foi o maior avanço desde novembro de 1981.

Foto: @joebiden / Instagram

O dado mais preocupante, porém, é o chamado núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis, como energia e alimentos.

Esse indicador ganhou 6,6% em setembro em relação ao ano anterior, acelerando de 6,3% em agosto e marcando o maior aumento desde agosto de 1982. Na comparação com o mês anterior, o núcleo do índice subiu 0,6% em setembro, o mesmo que em agosto.

“Os núcleos subiram mais do que o esperado, denotando que a surpresa não foi concentrada em alimentos e combustíveis. Era esperada uma aceleração do núcleo de 6,3% para 6,5%, mas o índice atingiu 6,6%”, comentou o economista Étore Sanchez, da Ativa Investimentos.

Investidores e os membros do Fed acompanham de perto o núcleo da inflação porque ele é considerado um dado mais confiável para avaliar o futuro da inflação no país.

“A inflação ganhou muito impulso no ano passado”, disse Bill Adams, economista-chefe do Comerica Bank, ao The Wall Street Journal. “Isso manterá a inflação mais alta do que o Federal Reserve deseja por pelo menos mais alguns meses -se não mais alguns trimestres.”

Diante disso, há reforço nas expectativas de que o Fed adotará uma quarta alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros no próximo mês.

Na quarta-feira (12), autoridades responsáveis pela política de controle da inflação nos Estados Unidos consideram que é necessário continuar subindo juros para frear a escalada dos preços, segundo a ata divulgada nesta quarta da última reunião do Fomc, o comitê de mercado aberto do Fed.

Na reunião do mês passado, o Fed elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez seguida, no esforço para reduzir a maior inflação dos últimos 40 anos.

Projeções do Fomc divulgadas com a ata mostram que a taxa básica de juros, atualmente na faixa de 3% a 3,25%, subirá para a faixa de 4,25% a 4,50% até o final deste ano.

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