RAQUEL LOPES

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O interventor na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, anunciou o fechamento da Esplanada dos Ministérios devido à ameaça de manifestações golpistas nesta quarta-feira (11). Ele afirmou que dois atos foram previstos em Brasília, sendo um próximo ao Palácio do Buriti e outro na Esplanada dos Ministérios.

“A gente vai fazer barreira de revista, bloqueio a partir da avenida Sarney, onde não será permitida a presença de manifestantes”, disse Cappelli, em entrevista coletiva.

Cappelli afirmou que a segurança será garantida durante os atos e que todo o efetivo está mobilizado. “Eu achei importante [a entrevista coletiva] para tranquilizar a população. Não há hipótese de acontecer nada semelhante ao dia 8”, disse.

Cappelli foi questionado se eles mapearam algo que poderia fugir do controle para fechar a Esplanada dos Ministérios, tendo em vista que a área foi aberta na terça-feira (10).

“Não mudou nada. A gente abriu ontem para permitir a circulação normal, natural dos servidores que trabalham ali. Hoje decidi fechar preventivamente por causa das manifestações que foram anunciadas”.

O interventor disse que não há necessidade de prisão na manifestação desta quarta se tudo ocorrer pacificamente.

“Depende do comportamento, se a manifestação for pacífica não há necessidade nenhuma em falar de prisões”, disse.

Durante a coletiva citou ainda que as pessoas detidas e depois liberadas se forem pegas novamente em atos de vandalismo serão presas. No entanto, disse que cada caso será avaliado individualmente sobre responder ou não a algum processo.

Após as cenas de vandalismo, Cappelli assumiu o controle da Secretaria de Segurança Pública do DF, e o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Nesta quarta, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que as autoridades públicas impeçam quaisquer tentativas de ocupação ou bloqueio de vias públicas, rodovias, espaços e prédios públicos por manifestantes golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ordem foi dada em resposta a um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), que alertou o ministro a respeito da chamada “Mega manifestação nacional – pela retomada do poder”, convocada por bolsonaristas após os ataques às sedes dos Três Poderes no último domingo (8).

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Cappelli isenta o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de responsabilidade por falhas na segurança no último domingo e aponta sabotagem do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres.

“Claro que houve uma quebra de confiança. A maior prova de que houve uma quebra de confiança é o fato de eu estar sentado aqui [como interventor]”, afirmou Capelli. Ele também disse que era “inimaginável” que “grupos de extrema-direita seriam capazes de invadir o Supremo Tribunal Federal para arrancar portas de gabinete de ministro.”

O interventor federal, Ricardo Cappelli, durante entrevista coletiva para detalhar o plano de segurança para manifestações previstas do Distrito Federal. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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