ESTÍMULO AO RESPEITO
Domingo, 30 de outubro de 2022. Dia em que milhões de brasileiros vão às urnas para escolher quem comandará os destinos da nação nos próximos quatro anos. Em alguns estados, como no Espírito Santo, os eleitores também deverão escolher o próximo governador. Pela primeira vez na recente história do País, desde a redemocratização, uma preocupação é quase unânime entre os eleitores: a escalada da violência e do ódio na política. Mas é preciso estimular cada vez mais o respeito ao resultado das urnas e a tolerância com quem pensa diferente. Afinal, no dia seguinte, é vida que segue!
ESPERANÇA E MEDO
O dia de decidir quem será o novo presidente do Brasil chega com o país profundamente dividido. Lula e Bolsonaro polarizaram as eleições desde o início, mas ambos carregam uma rejeição acentuada. O medo dos eleitores está sendo mais determinante na escolha do que propriamente a esperança e confiança nas propostas de cada candidato. Quem vencer terá um desafio enorme para superar desconfianças e ter capacidade para mobilizar a opinião pública em proveito do País.
ESPECULAÇÕES
Enquanto o dia de votação não chega, a semana foi de muita agitação nos mercados financeiros, especialmente na Bolsa. Com as pesquisas dos mais tradicionais institutos apontando uma vitória apertada de Lula, os operadores aproveitaram para especular bastante e, lógico, ganhar algum dinheiro com isso. A semana foi marcada pelos tiros de Roberto Jeferson na Polícia Federal e a denúncia da campanha de Bolsonaro sobre uma suposta fraude no número de inserções de rádio. Do lado de Lula, cresceram as especulações sobre a composição do que seria seu ministério. Lula também anunciou a “Carta para o Brasil do Amanhã”, enquanto coleciona apoios de ex-adversários como Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga, Pedro Malan e o apresentador de televisão Luciano Huck.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Tanto Lula quanto Bolsonaro estão prometendo fazer uma reforma tributária no próximo ano. Essa reforma é pleiteada há décadas, mas os interesses contraditórios entre os agentes políticos e econômicos até hoje não a deixaram sair do forno. Até porque ninguém conseguiu elaborar um projeto de tributação que agrade empresários de diferentes setores, trabalhadores, governadores e prefeitos. Qualquer que seja a reforma, provavelmente ela vai procurar manter a carga tributária no mesmo nível. O que possivelmente mudaria seria a desoneração dos salários mais baixos –até R$ 5.000,00 por exemplo– e também a eliminação de impostos nos produtos da cesta básica. Isto só será possível com aumento de alíquotas em outros tributos ou a cobrança de impostos sobre a distribuição de dividendos aos acionistas das empresas.
SIMPLIFICAÇÃO
As alternativas de reforma tributária são muitas. Elas costumam ter um entrave no possível fim de renúncia tributária em favor de grandes empresas, que costumam obter incentivos fiscais. Entre tantas medidas que seriam necessárias, é inquestionável que a simplificação dos procedimentos administrativos nas questões tributárias é um clamor geral. A complexidade atual, com milhares de leis, decretos, regulamentos e portarias, é um absurdo e não tem igual no mundo.
RICARDO FERRAÇO
Renato Casagrande quase liquidou a fatura da reeleição no primeiro turno, quando venceu seus adversários alcançando 46,94% dos votos válidos. O segundo turno costuma ser uma nova eleição e o ex-deputado federal Carlos Manato engrossou o caldo da disputa colando seu nome ao do presidente Jair Bolsonaro. Essa situação fez com que o candidato a vice-governador de Casagrande, o ex-senador Ricardo Ferraço, fosse utilizado mais intensamente na campanha. Ex-secretário estadual de Agricultura no primeiro governo de Paulo Hartung, Ricardo goza de prestígio pessoal com lideranças empresariais urbanas e do agronegócio. E tem feito um trabalho exaustivo de diálogo com essas lideranças, demonstrando a necessidade de continuidade do trabalho do governador Renato Casagrande.
RECORDE NA SUZANO
A Suzano comercializou 3,1 milhões de toneladas de celulose e diversos tipos de papéis no período julho-agosto-setembro deste ano. Esse volume é 4% maior do que no mesmo período do ano passado e significa um novo recorde da empresa em terceiros trimestres. Essas vendas foram feitas no mercado interno e também para mais de 100 países e resultaram em R$ 14,3 bilhões no mesmo período. Colaboraram para o resultado financeiro a evolução de preços globais da celulose, o grande volume de vendas e também o dólar elevado frente ao real.
NOVOS INVESTIMENTOS
A Suzano tem procurado reduzir sua alavancagem financeira. Mesmo assim tem um forte programa de investimentos em 2022 no valor de R$ 16,1 bilhões, dos quais R$ 11,2 bilhões foram aplicados entre janeiro e setembro. Esta semana, a Suzano anunciou a aquisição do negócio de Tissue no Brasil da Kimberly-Clark. A empresa afirma que já investiu este ano cerca de R$ 2 bilhões na compra de ativos florestais, criou a Suzano Ventures e a construção de uma fábrica de fios têxteis na Finlândia em parceria com a Spinnova.
LIDERANÇAS RURAIS
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) está fazendo inscrições para o programa de formação de novas lideranças rurais, denominado CNA Jovem. O objetivo é desenvolver jovens e difundir a cultura de liderança no setor agropecuário, procurando atrair pessoas com idade entre 22 e 30 anos. As inscrições vão até o próximo dia 6 de novembro e podem participar jovens de todo o Brasil.
PANELAS DE BARRO
Três premiados chefs italianos ficaram encantados com as panelas de barro feitas pelas paneleiras de Goiabeiras, em Vitória, e vão levá-las para o país deles. As panelas de barro são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Brasileiro. Esses chefes participaram da Convenção da Federação Italiana de Cozinha (FIC), um dos maiores encontros nacionais de gastronomia, que foi realizado essa semana em Domingos Martins.
