PRETA DA CACIQUE

A partir de segunda-feira, 30 de maio, Elizângela Cristina do Nascimento, mais conhecida como Preta da Cacique, assume de forma efetiva o mandato de vereadora na Câmara de São Mateus. Suplente até então, ela assumiu a cadeira interinamente após pedido de licença do então vereador Robertinho Assis. Conforme explicou o presidente da Câmara, vereador Paulo Fundão, o período de licença de 120 dias feito pelo parlamentar venceu no início do mês. Como o vereador deixou de comparecer em três sessões consecutivas e teve o pedido de prorrogação da licença indeferido pela Casa, ele perde o mandato, conforme dita o Regimento Interno da Câmara. Desta forma, três sessões deste mês, dos dias 10, 17 e 24, foram realizadas sem a presença de Robertinho, que está preso, e também de Preta, que assume a cadeira às 10h de segunda.

 

BARRIGA VAZIA

Os preços exorbitantes dos alimentos têm obrigado o trabalhador brasileiro a esvaziar a dispensa. Com a inflação acumulada dos últimos doze meses superando os 12%, os consumidores se veem obrigados a retirar do carrinho de supermercado alimentos essenciais como óleo, carne, café e leite. Uma análise direta do que acontecia há alguns anos e do que acontece atualmente escancara o desprezo dos gestores do governo federal pelo povo.

 

AINDA VAI PIORAR…

A maioria dos brasileiros pode até não entender detalhes técnicos de como funciona a economia, mas sabe bem, e sente no bolso, os efeitos dela. Ainda mais quando algo vai mal como nesses tempos de desemprego, desvalorização salarial e inflação nas alturas, elevada principalmente pela carestia de alimentos e dos combustíveis. Uma pesquisa Ipespe apresentada ontem mostra que 71% da população têm percepção clara de que os preços dos produtos aumentaram muito nos últimos meses e 24% acham que os preços “aumentaram”. Da mesma forma, 62% dos entrevistados consideram que a economia brasileira está no caminho errado. Um universo de famílias que ficaram mais pobres, endividadas e vivendo situação de insegurança alimentar, sem dinheiro suficiente para comprar a quantidade de comida necessária, acha que a situação vai ficar ainda pior.

 

SELVAGERIA

Vivemos nesta semana dois cenários de puro terror social. O primeiro foi o massacre na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 26 pessoas, aos menos quatro delas comprovadamente sem ligação alguma com o crime. A outra ocorreu em Sergipe, quando um homem morreu por asfixia dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal. E a autoridade maior da nação, que deveria vir com palavras de conforto para ao menos dirimir a indignação popular, age da mesma forma como na pandemia: oferece aos brasileiros a paz dos cemitérios.

 

RÉU

Com o propósito, diria ele, de combater a corrupção, o ex-juiz Sérgio Moro é acusado de ter praticado infindáveis atos contrários às prerrogativas constitucionais de que dispunha até então e de manipular os processos contra o ex-presidente Lula. Agora, o ex-juiz se torna réu por esses atos por meio de ação popular que o acusa de manipulação da maior empresa brasileira, a Petrobras, como mero instrumento útil ao acobertamento dos interesses pessoais dele.

 

PETROBRAS

A maior questão que surge no momento é se as ações do ex-juiz causaram efetivamente prejuízo aos cofres da Petrobras. Os autores da ação popular contra Sérgio Moro apontam que ele cometeu “desvio de finalidade, excessos e abusos de poder” na Lava Jato, o que “resultaram em perdas e danos muito superiores ao interesse público”, produzindo, assim, “um cenário de desarranjo econômico de altíssimo custo social em nosso País”. Destacaram, também, que o ex-juiz afrontou o caro princípio da imparcialidade, que impera para os juízes de Direito, e praticou “condutas profundamente alheias aos ditames imponíveis à atividade judicial”.

 

PREJUÍZO

Os defensores da Lava Jato afirmam que a operação conseguiu devolver aos cofres da Petrobras o equivalente a R$ 15 bilhões. Esse montante é atribuído aos acordos de leniência, que na verdade ainda não chegaram nas contas da estatal, visto que as empresas negociaram valores por décadas e, se não quebrarem até lá, têm pouquíssimas chances de saldá-los. Por outro lado, em razão da Lava Jato, a Petrobras foi condenada a pagar bilhões de dólares em indenizações a investidores norte-americanos. E ainda, a operação carrega a pecha de ter aniquilado dezenas de milhares de empregos com a destruição da construção pesada no Brasil e no exterior. Essa balança econômica nunca estará equilibrada. E, pior, ao afrontar o devido processo legal, o então juiz Moro afrontou a própria credibilidade do Poder Judiciário.

 

ARMADILHA PRONTA

E por falar em Petrobras, as crises dessa empresa do povo brasileiro parecem não ter fim. O presidente Jair Bolsonaro mudou, pela quarta vez em seu mandato, a direção da empresa. Desta vez, ele nomeia uma pessoa que não tem qualificação, segundo as próprias regras da estatal, para a presidência da Petrobras. Cabe ao conselho da empresa aprovar ou não o currículo. Em caso de aprovação, cria brechas para que se entre no STF com ação para barrar a nomeação, o que criaria a narrativa de que o STF não deixa o presidente (des) governar o País.

 

E OS IMPOSTOS?

Considerando o rendimento médio da população, o brasileiro vai trabalhar neste ano 149 dias, até 29 de maio, ou seja, amanhã, apenas para pagar impostos. As contas são do Estudo sobre os dias trabalhados para pagar tributos feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Com isso, é possível concluir que o valor pago em impostos representa 40,82% do rendimento médio brasileiro, que de acordo com o IBGE foi de R$ 2.789,00 em 2021. Se considerarmos a faixa de renda, a população com rendimento mensal de até R$ 3 mil teve que trabalhar 141 dias para pagar impostos, ou seja, até o dia 21 de maio. Já os que ganham entre R$ 3 mil e R$ 10 mil trabalharão até o dia 6 de junho, totalizando 157 dias, enquanto os com rendimento mensal acima dos R$ 10 mil vão trabalhar 150 dias, até o dia 30 de maio.

 

 

Foto do destaque: EBC/Agência/Brasil

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