NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governo do Rio de Janeiro iniciou conversas com fornecedores para adquirir cinco milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Na noite de sexta (13), o governador interino do estado, Cláudio Castro (PSC), publicou decreto criando um comitê para coordenar o processo.
O esforço foi anunciado um dia depois de suspensão do calendário de vacinação da prefeitura do Rio por falta de imunizantes. A população com 75 anos, que seria imunizada a partir de sexta, terá que aguardar para receberas vacinas. Pessoas com 76 anos ainda podem ser vacinadas.
A expectativa do governo do estado é gastar até R$ 300 milhões com a aquisição das vacinas, mas ainda não há detalhes sobre os fornecedores. A prioridade serão fabricantes que tenham lotes disponíveis para entrega imediata.
Além do governador, compõem o comitê os secretários de Saúde, Carlos Alberto Chaves, e da Casa Civil, Nicola Miccione, o procurador-geral do Estado, Bruno Dubeux, e o Controlador-Geral do Estado, Francisco Soares. O grupo pode estabelecer parcerias com municípios para as compras.
Na quinta (11), a prefeitura de Maricá, município do leste fluminense localizado a cerca de 50 quilômetros da capital, anunciou a compra de 400 mil doses da vacina Sputnik V, com previsão de entrega imediata. A cidade tem cerca de 160 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT), disse que já vinha negociando o lote desde dezembro, mas a conclusão da compra dependia da sanção da lei federal que permitiu a compra dos imunizantes por estados e municípios.
Localizada em frente aos dois maiores campos de petróleo do país, Maricá é o principal beneficiário dos royalties pagos pela Petrobras para extrair as jazidas.
No decreto em que estabeleceu o comitê para negociar as vacinas, o governador do Rio endureceu restrições ao funcionamento do comércio e serviços, em uma tentativa de tentar conter o avanço das contaminações.
O decreto estabelece toque de recolher entre 23h e 5h e proíbe festas com bilheterias e pistas de dança, embora libere a realização de casamentos e comemorações de 15 anos até às 23h, por exemplo.
“As medidas são para salvar vidas e evitar um colapso”, disse, em nota, o governador, prometendo a abertura de 250 novos leitos para Covid-19 até o fim do mês.
Na quinta, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), havia criticado Castro em razão da ausência de restrições à circulação no território fluminense, na contramão do restante do país.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador do Rio recomendou “chá de camomila” ao tucano e respondeu que Doria deveria cuidar de São Paulo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here