Com a inclusão de Divino São Lourenço, o Espírito Santo passou a ter 37 municípios classificados como risco alto no mapa de risco apresentado pelo governador Renato Casagrande neste sábado (13) em pronunciamento. Os demais 41 municípios estão classificados como risco moderado. Os municípios com risco alto deverão manter as medidas qualificadas por mais 14 dias.
O governador disse ainda não acreditar que algum município seja classificado nas próximas semanas como risco extremo, que determina o fechamento total, ou lockdown, por 14 dias. Ainda segundo Casagrande, a possibilidade maior é que municípios classificados como risco alto possam voltar para risco moderado.
Casagrande explicou que o Estado só terá município com risco extremo caso a ocupação de leitos nos hospitais ultrapasse 90%. Ele informou que na sexta-feira (12), a taxa de ocupação chegou a 86%, mas que a tendência é diminuir pela oferta de mais unidades de tratamento intensivo.
LUTO OFICIAL DE TRÊS DIAS
Ainda durante o pronunciamento deste sábado, o governador Casagrande lamentou o número de mortos. Segundo ele, o Espírito Santo já ultrapassa neste sábado a marca de mil óbitos. Com isso, o Governo do Estado decretou loto oficial de três dias em todo o Estado. Casagrande disse também que esta é a mais grave crise depois da gripe espanhola, de 1919, e da crise econômica, de 1929.
CRÍTICAS A BOLSONARO
Afirmando que o momento exige decisões difíceis, o governador Renato Casagrande disse que “estamos sempre entre duas opções, uma ruim e outra pior”. E destacou que isso exige liderança, trabalho, ação, paciência e diálogo, “num país que não está liderando uma solução para essa crise”.
Ele frisou também que o Governo Federal não conseguiu liderar uma ação coordenada, deixando as iniciativas para governadores e prefeitos, profissional da área de saúde e de pessoa que têm consciência.
“Então, essas ausências do Governo Federal nos cria muita dificuldade e aumenta muito o nosso trabalho. Do mesmo jeito que peço a vocês que mantenham o isolamento social, a gente vê a maior autoridade do País tendo um comportamento diferente e, inclusive ontem, incentivou as pessoas a invadirem os hospitais. Tivemos algumas dificuldades em alguns estados, aqui também, no [Hospital] Dório Silva, pessoas entrando sem os cuidados necessários, trazendo risco aos pacientes, aos servidores”.
OFERTAS DE LEITOS
Ainda sobre a oferta de leitos, Casagrande afirmou que o Estado já tem cerca de 1.300 ofertas de vagas para atendimento ao coronavírus, sendo que 636 são de UTIs. Segundo ele, os investimentos na abertura de leitos hospitalares representam um legado para o povo capixaba.
“Nunca descartamos os hospitais de campanha. Tomamos uma decisão de deixar um legado para a população do Espírito Santo. O hospital de campanha funciona por 90 dias e depois é desmontando. Na verdade, abrimos o equivalente a três hospitais de campanha”.
MAPA DE RISCO
Fazem parte do grupo de municípios em Risco Alto: Afonso Claudio, Água Doce do Norte, Águia Branca, Alfredo Chaves, Alto Rio Novo, Anchieta, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Bom Jesus do Norte, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Divino de São Lourenço, Ecoporanga, Fundão, Guarapari, Ibiraçu, Ibitirama, Itapemirim, Itarana, João Neiva, Mantenópolis, Marataízes, Marechal Floriano, Mucurici, Muqui, Piúma, Presidente Kennedy, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São José do Calçado, São Roque do Canaã, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória.
Estão no grupo de Risco Moderado os municípios de Alegre, Apiacá, Aracruz, Atílio Vivacqua, Brejetuba, Castelo, Conceição da Barra, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Iconha, Irupi, Itaguaçu, Iúna, Jaguaré, Jerônimo Monteiro, Laranja da Terra, Linhares, Marilândia, Mimoso do Sul, Montanha, Muniz Freire, Nova Venécia, Pancas, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, Rio Bananal, Rio Novo do Sul, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, São Gabriel da Palha, São Mateus, Sooretama, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante, Vila Pavão e Vila Valério.
A Matriz de Risco, que está em sua terceira fase, leva em consideração como critérios de classificação o Coeficiente de Incidência de casos confirmados nos municípios, a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), os índices de isolamento social e de letalidade da doença, além do percentual da população acima dos 60 anos – considerado como grupo de risco.
