Gestores de lojas de materiais de construção de São Mateus estão impressionados com o aquecimento do mercado da construção civil no Município em plena pandemia do novo coronavírus. Contrariando as expectativas de quedas bruscas nas vendas dois deles, entrevistados pela Rede TC, relatam crescimento de 30% e de até 50%, em relação ao mesmo período de 2019.
Gestor da Casas Baldo, Atonião Bonomo afirma que após 15 dias com as atividades suspensas em março, a loja reabriu em abril e, de lá para cá, calcula um crescimento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ele detalha que este aquecimento surpreende ainda mais porque geralmente a construção civil desaquece neste período e só melhora novamente em julho. Justamente numa pandemia, Atonião constata que teve crescimento em abril, com o mercado disparando em maio e junho. O gestor afirma ainda que até teve dificuldade para o reabastecimento da loja por parte dos distribuidores.
MOMENTO ATÍPICO
“A gente está passando por um momento atípico. Nessa época, geralmente, nos sete anos que temos loja aqui, foi a primeira vez que não tivemos queda nas vendas”. O relato é de Fabiano Ferreira, gestor da loja Gurimar, em Guriri. Ele estima que houve no período um crescimento de 30% em relação ao ano passado.
Fabiano frisa que as fábricas também foram surpreendidas de maneira positiva, registrando uma demanda maior de produtos. Por outro lado, isso provocou uma elevação nos preços que ele calcula entre 10% e 15% em grande parte dos materiais de construção.
Sem ter uma explicação para o aumento da demanda, os dois gestores chegam à conclusão de que a procura intensa no setor de construção civil é tanto para início de construções quanto para reformas.
Lojas indicam que quarentena pode ter influenciado no aumento de vendas
Como explicar o aquecimento do setor da construção civil durante a pandemia de coronavírus, no mesmo tempo que outros segmentos estão em crise?
Gestores de lojas de materiais de construção, Fabiano Ferreira (Gurimar) e Atonião Bonomo (Casas Baldo), ainda não têm respostas sobre os fatores, mas opinam de forma pessoal sobre o que acreditam ter acontecido.
Fabiano entende que as pessoas aproveitaram o período de restrições de circulação para iniciar projetos de novos imóveis ou de reformas em residências. Ele entende também que o auxílio emergencial do Governo Federal fez circular um volume considerável de recursos e as pessoas aproveitaram o dinheiro a mais para investirem em pequenos reparos em casa.
Outra possibilidade é que muita gente está utilizando os recursos que sobram por evitarem gastos supérfluos, com viagens e ida a restaurantes, por exemplo, durante a pandemia.
Atonião acredita ainda que a pandemia gerou certa apreensão nas pessoas, que correram às lojas para comprar os materiais e iniciar os projetos pessoais antes que sofram aumento de preço ainda maiores.
O fato é que o movimento está intenso. Atonião destaca que algo parecido só foi observado em período de datas festivas, como Natal e Réveillon, quando a maioria dos trabalhadores recebem o dinheiro a mais do 13º salário, por exemplo.
