A Ascenção do Senhor é a festa da missão da Igreja, Corpo de Cristo, estendido no tempo e no espaço; sua esposa, de que Ele é o esposo; instrumento universal de salvação; ponto de continuidade entre o Cristo histórico e o Cristo místico; ela, junto com o Espírito Santo, é chamada a completar a obra salvífica de Cristo: “Sereis minhas testemunhas”. A presença de Cristo entre os seus não está mais limitada entre os estreitos confins, temporais-espaciais, da Palestina, mas, adquire uma nova modalidade, a do Espírito: “Estarei convosco todos os dias até o fim do mundo”. Depois da Páscoa, Jesus ficou com os discípulos, por 40 dias, ensinando, dando, assim, início à Tradição Oral, na transmissão da fé.

Como um esposo, partilha seus bens com a esposa, assim, Cristo comunicou à sua Igreja as suas prerrogativas messiânicas: o Espírito Santo, o magistério, a autoridade, o poder de perdoar os pecados e sua missão libertadora, fazendo dos Apóstolos arautos da Boa Nova e testemunhas de sua Ressurreição. Dom de Deus à humanidade, a Igreja é chamada a expandir o reinado de Cristo no mundo, elevando o homem à dignidade de filho de Deus, libertando-o de tudo o que o desumaniza e oprime: “Cristo na Encarnação, desceu sozinho dos céus; na Ascensão, não subiu sozinho, mas com o seu corpo, a Igreja: não podia, de fato, o corpo estar separado de sua cabeça, Cristo” – diz Papa São Leão Magno.

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O processo de evangelização –diz o Papa Paulo 6º na “Evangelii Nuntiandi” tem duas vertentes. A primeira é a religiosa: revelar o rosto autêntico de Deus; seu amor pelo homem; seu Plano salvífico; sua presença misteriosa, mas real, no meio de nós; a oração; a celebração do mistério de Cristo, nos sacramentos; a fundação de comunidades cristãs; a formação de lideranças; o crescimento na fé do povo cristão; o discernimento dos espíritos; a vida consagrada e a implementação do espírito missionário, para fazer conhecido, amado, servido e seguido Jesus Cristo e revelar à humanidade o segredo da verdadeira felicidade: ter Jesus no coração e amar a sua Igreja”.

Segunda vertente: “A dimensão sócio-política, econômica, cultural do Evangelho”. Como Cristo, em seu discurso programático, em Nazaré, privilegiou pautas sociais, ligadas à vida do povo; também, aos delegados de João Batista mostrou as obras messiânicas de libertação humana, que estava realizando, assim, a Igreja é chamada a promover a dignidade de todo ser humano, seus direitos inalienáveis, o regime democrático –o único, que preserva a dignidade humana e a solidariedade– o cuidado pela Casa comum, a paz entre os povos e seu amor preferencial pelos pobres.

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Papa Francisco disse aos operadores pastorais: “Quando mais a Igreja preservar sua identidade de comunidade orante e solidária, mais poderá atuar na sociedade, como fermento na massa, contribuindo para solucionar os graves problemas, que a afligem e promover os valores da justiça e fraternidade entre as classes sociais e os povos”.Esteja em ti a alma de Maria” (Santo Ambrósio): a Mãe de Jesus revista a Igreja de seu amor maternal.

(*Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano.)

Foto do destaque: TC Digital/Arquivo

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