Calor excessivo, estiagem e mato seco são alguns fatores que propiciam a origem de incêndios em vegetação, cujos registros aumentaram neste segundo semestre, principalmente neste mês de novembro. O subtenente Márcio de Azevedo da Silva, da 1ª Companhia Independente do Corpo de Bombeiros, sediada em São Mateus, fez alerta e deu orientações à população para que evitem condutas que possam provocar incêndios.

Em período normal, o subtenente detalha que a unidade, que abrange São Mateus, Jaguaré, Conceição da Barra, Pedro Canário e parte de Sooretama –reserva biológica–, registra em média de 30 a 40 incêndios por mês. No entanto, somente neste mês de novembro, até a manhã desta segunda-feira (27), já haviam sido registrados 112 atendimentos.

Neste mês de novembro, o Corpo de Bombeiros chegou a atender seis ocorrências de incêndio em um único dia.
Foto: Divulgação

“Uma orientação básica que temos é, a princípio, não colocar fogo, o famoso queimar o lixo”, sustenta. “Porque o mais problemático desta situação é o descontrole”, avalia.

O subtenente sustenta que um incêndio descontrolado pode gerar prejuízos à natureza, perdas da biomassa, vegetação e também danos às propriedades. “Nós tivemos esse último grande incêndio, na empresa Placas do Brasil, que começou com fogo em vegetação, passou para a fábrica e olha aí o prejuízo”, alerta.

Outra questão observada pelo militar são os incêndios que atingem áreas de proteção ambiental. “Entra para o campo judicial. Se você coloca fogo, mesmo em local que pode, e esse fogo fique fora de controle e entra na reserva, pode ter certeza, quando a perícia for feita e chegar à origem e for você que colocou, aí vem multa” – explica.

Diante desse quadro, ele reforça que o ideal é não colocar fogo em vegetação de forma alguma, principalmente neste período mais crítico.

 

Corporação já registrou seis atendimentos em um único dia

De acordo com o subtenente Márcio de Azevedo, neste período de estiagem teve dia com até seis atendimentos pelo Corpo de Bombeiros de São Mateus. Segundo ele, a média do mês está em torno de três atendimentos por dia.

“A gente vai em um [incêndio] combatendo. Recebe a informação que está ocorrendo incêndio em vegetação e está chegando próximo às casas. A gente acaba saindo de um e indo para o outro por conta da propriedade, da vida. Aí ficam essas seleções” – detalha.

 

BITUCA DE CIGARRO E VIDRO

Além de evitar colocar fogo em lixo ou outros materiais, o subtenente Márcio de Azevedo alerta para condutas que indiretamente podem gerar incêndios em vegetações.

Ele orienta que as pessoas não devem jogar bituca (ponta de cigarro) às margens de rodovias, por exemplo. “Ela fica na beira da estrada e todo carro que passa gera um pouquinho de faísca, o que tende a ascender o fogo no mato seco. Aí, quando chega perto do mato e passa um vento forte, a tendência começar o incêndio. E outras coisas como vidro, garrafa que é jogada, pode, durante um calor bem forte, principalmente no turno da tarde, aquecer e originar o fogo. Tem muitos motivos, isso sem levar em consideração os fatores naturais” – ressalta.

 

 

Subtenente frisa que mato seco se iguala a gasolina para o fogo

O subtenente Márcio de Azevedo da Silva explica que o período de estiagem e de calor excessivo faz com que a vegetação fique seca. E isso torna o mato seco igual a gasolina para a combustão. “Então, o mato está igual gasolina, qualquer coisinha que chegue perto de fonte de calor já começa uma origem de incêndio”, sustenta.

O subtenente Márcio de Azevedo da Silva orienta as pessoas a não colocarem fogo próximo a matagal.
Foto: Divulgação

Conforme enfatiza o subtenente, o calor excessivo acaba fazendo com que o mato fique muito seco, o que torna mais fácil ter o princípio de incêndio.

 

Como é feita a logística de combate a incêndios

A 1ª Companhia Independente do Corpo de Bombeiros conta atualmente com três veículos de combate a incêndio, sendo um deles exclusivo para incêndio de vegetação, segundo o subtenente Márcio de Azevedo.

Ele explica que esse último veículo tem reservatório com capacidade para 8 mil litros e pode combater incêndios numa área de até 700 metros. Quando a água para combater os incêndios acaba, os bombeiros fazem captação em mananciais próximos do local ou na rede pública, usando hidrantes, conforme explica o subtenente.

As equipes do dia são distribuídas, em caso de incêndios, com alguns militares sendo reservados para ocorrências de resgate. O subtenente salienta que, em alguns casos, todos os militares de plantão são direcionados para combate em determinado tipo de incêndio, fato que é comunicado ao Samu para que façam todos os atendimentos de resgate, por exemplo.

Nesse período de aumento excessivo de registros de incêndios, o subtenente detalha que a maior quantidade acontece em São Mateus, principalmente em áreas de restinga. No entanto, há casos também nos demais municípios que integram a área de abrangência da Companhia.

Em outubro, por exemplo, cita que ocorreu um grande incêndio em Jaguaré. Na semana passada, teve um princípio de incêndio em Itaúnas, que foi controlado rapidamente junto com a brigada da reserva. Outro recente ocorreu em Pinheiros, quando a equipe de São Mateus foi dar apoio à unidade de Nova Venécia.

 

ESTIAGEM

De acordo com o subtenente Márcio de Azevedo, a Defesa Civil Nacional comunicou que o calor deve permanecer por mais tempo sobre o Centro-Oeste e Sudeste, inclusive alertando às pessoas para economizarem água, já que a tendência são os reservatórios começarem a baixar. “A gente espera em Deus que possa mudar”, complementa.

 

Foto do destaque: Divulgação

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