LEONARDO VIECELI E EDUARDO CUCOLO

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RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O consumo das famílias, motor do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, fechou o ano de 2022 com crescimento acumulado de 4,3%. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O consumo é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda –ou seja, dos gastos com bens e serviços. Responde por cerca de 60% do indicador.
O ano de 2022 foi marcado pela derrubada das restrições da pandemia de Covid-19. A reabertura da economia, dizem analistas, estimulou os gastos de parte das famílias com serviços.

Negócios como bares, restaurantes, hotéis, empresas de transporte e pequenos comércios integram o setor de serviços nos cálculos do PIB.

O consumo também teve incentivo da reação do mercado de trabalho. Além disso, com a proximidade das eleições de 2022, o governo Jair Bolsonaro (PL) apostou em medidas como a ampliação do Auxílio Brasil e os cortes de impostos sobre os combustíveis.

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Essas ações ocorreram em meio a um cenário de juros altos, inflação pressionada e endividamento elevado. Os três fatores são vistos por analistas como responsáveis por impedir uma recuperação maior do consumo.

Foto: © Rovena Rosa/Agência Brasil

Nesta quinta, o IBGE também informou que os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), subiram 0,9% em 2022.

A taxa de investimento passou de 18,9% em 2021 para 18,8% do PIB no ano passado. A taxa de poupança caiu de 17,4% para 15,9%.
O PIB sob a ótica da demanda contempla ainda exportações, importações e consumo do governo.

As exportações tiveram alta de 5,5% no ano passado. Já as importações aumentaram 0,8%.

O consumo do governo, por sua vez, avançou 1,5% em 2022.

4º TRIMESTRE
Estatisticamente, o IBGE considera variações de até 0,5% na comparação trimestral, positivas ou negativas, como estabilidade. Tiveram variação além desse patamar no quarto trimestre apenas três componentes do PIB: investimentos (-1,1%), exportações (+3,5%) e importações (-1,9%).

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Por setor, houve crescimento de 0,3% na agricultura, queda de 0,3% na indústria geral e alta de 0,2% nos serviços.

“O que caiu realmente no trimestre foram os investimentos, puxados pela indústria de transformação [-1,4%]”, afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
“Quando analisamos o setor da Indústria, a única alta foi nas Indústrias Extrativas por causa da extração de petróleo. Todo o restante caiu”, diz a coordenadora.

Nos Serviços, os principais destaques foram Informação e comunicação (1,8%), Outras atividades de serviços (0,9%) e Atividades financeiras. Houve queda no Comércio (-0,9%) e Administração pública (-0,5%).

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