Ceramistas mateenses viveram uma semana de aprimoramento da técnica com a utilização de torno para a produção de peças. Dentro do Projeto Casa de Troca, eles participaram de oficina ministrada por Ailsomar Costa, conhecido como Mestre Esperança, de Baixo Guandu. As aulas começaram terça-feira e foram encerradas nesta sexta-feira, no ateliê da artista Shila Joaquim, localizado na Rua Salvador, n° 13, no Bosque da Praia, com turmas pela manhã e à tarde.
“Com essa ação a gente pretende introduzir a técnica do torno, que é muito importante porque acelera a produção dos ceramistas. Muitas pessoas tendem a dizer que o torno vai contra a tradição de cerâmica e isso não é uma verdade, porque há registro de torno 3.000 anos antes de cristo” – relata Shila. Ela é a responsável pelo Projeto Casa de Troca, aprovado no Edital 016/2017 da Secretaria Estadual de Cultura (Secult).
O Mestre Esperança destaca o interesse que percebeu nos participantes da oficina de torno. Conforme disse, o bom do torno é que facilita aos ceramistas a produção de vários tipos de peças, seja de decoração, ou utilitários, com maior agilidade.
Dentro do Projeto Casa de Troca, a primeira oficina foi realizada no início do mês, ministrada por Pingo, de Vila Velha, que ensinou a montar os equipamentos de forno e torno e a etapa de esmaltação de peças. Uma terceira oficina será realizada na última semana de julho, com Suely Venâncio, de Mantenópolis. Ela explicará as cores da terra, preparo de tintas e construção de fornos provisórios. Após esta fase, Shila adianta que iniciará a etapa de oficinas de iniciação, em locais fora do ateliê.
De simples distração a geração de renda
A agilidade obtida com a utilização de torno foi aprovada pelos participantes da oficina ministrada dentro do Projeto Casa de Troca. A artesã Cida Mota, 55 anos, moradora do Bosque da Praia, iniciou na cerâmica há oito meses por incentivo de Shila Joaquim e teve o primeiro contato com o equipamento.
“É a primeira vez que trabalho com o torno, muito bom. É uma experiência maravilhosa. Um benefício é a rapidez. A gente ficava duas ou três semanas para fazer uma peça, e hoje já fiz quatro peças numa tarde” – destacou Cida. A artesã disse que, até então, utilizava a cerâmica como distração e agora já estuda a possibilidade de produzir para comercializar e contribuir com a renda em casa.
A artesã Daiane Nascimento, 35 anos, do Bairro Pedra D’água, também participa da oficina. Conforme disse, ela já trabalha produzindo bonecas de pano, crochê e bordado. Com o primeiro contato com a arte do barro, a artesã disse que está interessada em ingressar na cerâmica, ressaltando a agilidade obtida com o torno.