Seguem os preparativos para a realização da 4ª edição da Expedição Anamauê que sairá, no dia 25 ou 26, da base da Canoa Polinésia Pataxó, na praia do Parracho, em Arraial D´Ajuda, no sul da Bahia.

A expedição pretende ser uma das maiores do Brasil com 650 milhas náuticas percorridas até Niterói (RJ), na praia do Jururuba, na base do Centro de Estudos do Mar (CEM), em trajeto inédito percorrendo o litoral sul da Bahia, todo o litoral do Espírito Santo, até a chegada na Região dos Lagos no Rio de Janeiro. A previsão de término é entre os dias 10 e 20 de janeiro.

A cada dia serão velejadas e remadas –se preciso– de 30 até 40 milhas náuticas, dias inteiros no mar sem o auxílio de equipamentos eletrônicas, apenas bússola e carta náutica.

Ela será feita por intermédio de uma canoa havaiana V6 adaptada para vela que terá dois mastros como explica Cauê Sekiguchi, que já iniciou os trabalhos de adaptação na base de Arraial D´Ajuda onde a deixará pronta no dia 20.

“Tem sido um desafio para adaptar essa canoa por conta do prazo. Será uma canoa com dois mastros, canoa que demanda algumas estruturas de reforço, talvez estaiamento, precisamos nos preocupar com o volume da ama, é algo que terá uma área vélica significativa. Existem velejadores a bordo, mas é uma canoa adaptada à vela, adaptações que temos know-how”, afirma Cauê.

Um dos líderes da 4ª edição da Expedição Anamauê é o capixaba Ranin Thomé, natural de Regência (ES), multicampeão estadual de competições no esporte, que idealizou o desafio com o niteroiense Douglas Moura.

Ranin, oceanógrafo, conheceu a canoa havaiana durante o período de faculdade, hoje ele tem 10 anos de experiência no esporte e nesse mesmo período montou o primeiro clube que vem se espalhando pelo litoral. Atualmente conta com bases por todo o litoral capixaba, coordena a base de Arraial D´Ajuda e de Porto Seguro com Cauê, e ainda tem filiais no litoral paranaense e em Brasília (DF).

 

“Mar não é injusto,

mas é intolerante”

 

Rio de Janeiro – “Estamos encarando com muito respeito a expedição pois sabemos que o mar não é injusto, mas é intolerante”. A avaliação é do capixaba Ranin Thomé. De acordo com ele o desafio é maior porque ninguém nunca adaptou uma canoa V6 tahitiano.

“Ninguém nunca fez esse percurso. Sempre é um desafio. Não nos consideramos aventureiros pois aventureiros são pessoas que fazem sem planejamento. Estamos muito confiantes pois as pessoas que vão e quem faz a canoa trabalham há mais de 10 anos com canoa. A equipe tem muita experiência com travessias. Temos muitos parceiros de bases ao longo do caminho. A comunidade da canoa é muito parceira, que abraça” – aponta Ranin que vê os maiores desafios nas chegadas e saídas.

“Precisamos embarcar e desembarcar em praias com ondulações, bocas de Rio, parar para dormir todos os dias. Maior perigo é a zona de arrebentação para chegar ou sair das praias”.

Bárbara Guimarães, também oceanógrafa, é instrutora de canoa havaiana há cinco anos, esporte que conheceu em um trote ecológico na época da universidade. Ela é professora da base da CPP Extreme em Vitória dando aulas no período da noite e já realizou diversas expedições de norte até o sul do Espírito Santo desde Regência até Marataízes, além de ter disputado competições da conhecida Volta de Santo Amaro (SP) e da Volta de Ilhabela (SP) em revezamento com 12 mulheres em canoa de seis lugares.

A preparação vem sendo forte. “Os treinos têm sido praticamente diários. Estou remando 15km/dia, somando as três turmas que têm no clube. No final de semana faço uma remada de 20km sem parar em canoa individual (V1). Além disso faço Yoga e funcional regularmente. Minha alimentação durante a quarentena é vegetariana e faço jejum intermitente também. Tudo isso associado melhora a resistência física para essa expedição”, destaca a paulista radicada no Espírito Santo.

A Expedição Anamauê tem ainda três membros do estado do Rio de Janeiro: Douglas Moura, Talvo Calfat e Daniel Gnone.

Rio de Janeiro-RJ

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