SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em uma sessão volátil na Bolsa de Valores brasileira, o principal indicador do mercado de ações doméstico subia ligeiramente na tarde desta segunda-feira (8), enquanto o dólar era negociado em queda, apesar de uma pequena variação positiva da moeda americana no exterior.

No exterior, os crescentes protestos contra o governo chinês influenciam negativamente os mercados de ações e, no Brasil, a redução do volume de negociações devido ao jogo da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo e o debate sobre os gastos públicos no próximo ano podem influenciar a variação dos principais indicadores financeiros.

Às 12h45, o dólar à vista recuava 0,55%, a R$ 5,38 na venda. Na Bolsa de Valores, o índice Ibovespa subia 0,09%, aos 109.078 pontos.

No mercado de juros, a taxa DI (depósitos interbancários) para 2024 recuava para 14,26% ao ano, após ter fechado a semana passada em 14,48%.

No exterior, todos os principais indicadores do mercado de ações de Nova York recuavam. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq perdiam 0,54%, 0,52% e 0,76%.

Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress

Analistas internacionais atribuíam a baixa das Bolsas globais às preocupações com os protestos na China contra a política de severas restrições para controle da pandemia de Covid-19.

Essa tensão também tinha reflexos no mercado de matérias-primas. O petróleo Brent, referência para os preços praticados no Brasil, recuava a 1,82%, a US$ 82,11, no menor patamar em relação aos valores de fechamento desde janeiro.

No Brasil, porém, as ações mais negociadas da Petrobras subiam 1,09%. Os preços dos ativos da petrolífera controlada pelo governo, porém, caíram quase 20% neste mês em reação às incertezas sobre a condução da empresa pelo próximo governo.

Já no setor de varejo, ações de grandes empresas do setor recuavam após resultados da Black Friday considerados fracos. Os papéis da Americanas caíam 7,85%. A Magazine Luiza perdia 1,39%.

Na semana passada, dúvidas sobre a composição da equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxeram volatilidade aos principais indicadores do mercado financeiro.

Na sexta-feira (25), o encontro de Fernando Haddad, cotado para o cargo de ministro da Fazenda, com os presidentes dos grandes bancos brasileiros provocou reações pessimistas entre investidores.

Financistas buscavam no evento pistas sobre a política fiscal. O ex-prefeito de São Paulo, porém, dirigiu seus comentários à necessidade de priorizar a reforma tributária em 2023. O evento ainda reforçou a expectativa de que Haddad, que não é o preferido do mercado para chefiar a economia, ocupará esse posto.

Na Bolsa de Valores brasileira, o índice parâmetro Ibovespa tombou 2,55%, aos 108.976 pontos. No acumulado da semana, houve ligeira alta de 0,10%.

No mercado de juros futuros do Brasil, a taxa anual dos contratos DI (depósitos interbancários) para 2024 subiu de 14,31% para 14,44%, depois de ter recuado na véspera.

O dólar comercial à vista fechou em alta 1,86%, cotado a R$ 5,41 na venda.
“Embora Haddad tenha destacado uma ampla reforma tributária como prioritária para o governo eleito, a reação de investidores foi majoritariamente negativa, diante da frustração de expectativas sobre maiores informações sobre a chamada PEC da Transição e a política fiscal do próximo governo”, comentou Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.

No ramo das finanças há preferência por nomes historicamente comprometidos com a redução do risco fiscal, ou seja, com o maior controle de gastos públicos, o que na avaliação do setor pode reduzir a inflação e os juros, criando condições mais favoráveis para atrair investidores para o país.

O economista liberal Persio Arida, que está na equipe de transição de Lula, é um dos favoritos do mercado para o comando da área. Arida, porém, disse na sexta à noite que não tem intenção de assumir cargos públicos novamente.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here