O Atlético Mineiro está praticamente com o segundo título do Brasileirão garantido. O primeiro foi conquistado em 1971. Para soltar o grito já nesta terça-feira (30), basta o Flamengo não ganhar do Ceará. Caso contrário, uma vitória do Galo contra o Bahia na quinta-feira (2), em Salvador, também garante o título.

Além deste jogo, o time mineiro terá ainda outros dois duelos: contra Bragantino e Grêmio. A eminente conquista já é motivo de merecido entusiasmo entre os torcedores, inclusive dos atleticanos residentes em São Mateus.

Quatro deles entrevistados pela Rede TC de Comunicações ontem, um dia após a empolgante vitória contra o Fluminense por 2 a 1 no Mineirão, não veem a hora de cantar: “Vamos, Galo, ganhar o brasileiro. Vamos, vamos, Galo, ganhar o brasileiro!”

Em estado de euforia está, por exemplo, o professor Adam Fran Lommez. Residente em São Mateus e integrante do grupo Galo Sama. Ele foi com a esposa Francielle e os filhos Alice e João Philipe para Belo Horizonte e se emocionou no Mineirão no jo go de domingo.

“Foi bom demais ver o Galo ganhando e ficando cada vez mais perto do título. São 50 anos de espera, imagina o que representa para cada atleticano desse País?” – comenta. “O Flamengo não ganha do Ceará. Vamos ser campeões no sofá de casa” – sentencia. Para Adam, o título vai coroar um campeonato histórico. “

Uma campanha indiscutível. Melhor defesa, um dos melhores ataques do campeonato. Mas, como tudo para a gente é sofrido, o Galo com 78 pontos ainda não foi campeão matematicamente, mas está próximo” – lembra.

ATLÉTICO X FLUMINENSE
No domingo, o primeiro gol do jogo foi marcado pelo Tricolor carioca aos 13 minutos. O zagueiro Manoel aproveitou o levantamento na área e a falha da zaga mineira para abrir o placar de cabeça.

Depois, com muita pressão do Atlético, veio o empate. O árbitro Marielson Alves da Silva marcou pênalti com auxílio do VAR em lance envolvendo o tricolor Marlon e o atleticano Diego Costa. Depois de muita reclamação, Hulk bateu e igualou o placar aos 37 minutos.

Na etapa final, aos 14 minutos, o mesmo Hulk bateu falta e contou com um desvio na barreira para fazer o segundo gol do Galo e fechar o placar.

 

“Uma temporada histórica”

Torcedor do Galo, o Diretor-Geral da Rede TC de Comunicações, Márcio Castro confia que o bicampeonato brasileiro virá, seja nesta terça, na quinta-feira ou outro dia, pelos próprios méritos do Atlético e não por demérito do Flamengo. “O Atlético está com um percentual de aproveitamento muito superior aos demais adversários. O Flamengo mantém uma média menor que o Atlético” – ressalta.

Para Márcio, a temporada do Atlético já é histórica, disputando em alto nível o Campeonato Brasileiro [perto do título], a Copa do Brasil [na final] e Copa Libertadores [chegou à semifinal], além do Campeonato Mineiro [campeão]. “Poucos clubes no Brasil conseguem de forma simultânea”, sustenta.

Márcio: “Título pelos méritos do Atlético”.
Wellington Prado/TC Digital

Márcio avalia como fantástica a temporada do Galo, o que ocorreu “porque foi montado um grande time, não apenas na quantidade, mas de alto nível técnico, mantendo o nível mesmo com convocações para as seleções latino-americanas e com contusões de jogadores no decorrer do ano”.

Para Márcio, o Galo tem o destaque de Hulk, que surpreendeu a todos e teve um desempenho fantástico, “não só pelo número de gols e assistências, mas pela condição física invejável”. Ele lembra que Hulk jogou 64 de 70 partidas realizadas pelo Atlético na temporada.

Além de Hulk, Márcio cita outros destaques do Atlético, como o zagueiro Nathan, “grande revelação”, o lateral Guilherme Arana, “que já era conhecido no mercado”, os volantes Jair e Allan, “que tiveram desempenho fantástico”, o Matías Zaracho, “que em breve estará na Seleção Argentina, porque é extremamente dedicado, polivalente e de capacidade técnica”. Também citou Nacho Fernández, Savarino, Keno e Everson.

 

“Grito entalado em 1977 e 1980”

Márcio Castro frisa que os torcedores de outras equipes “zoam os atleticanos” falando que é time de um campeonato só, pelo título de 1971. Mas, na verdade, salienta que o título em 2021 vem resgatar um grito “entalado” em 1977 e 1980, quando “o Atlético foi garfado de forma violenta”, contra São Paulo e Flamengo, respectivamente. Ele lembra ainda que o mesmo ocorreu em partida da Copa Libertadores, contra o Flamengo, em 1981.

“E tinha uma razão de ser esse prejuízo contra o Atlético. É porque o que coroa os grandes jogadores são os títulos e Reinaldo não poderia ser coroado nunca no Brasil, porque em 1977, em pleno regime militar, quando a CBF era presidida por um almirante da Marinha, quando a Seleção Brasileira tinha um técnico capitão do Exército, o Reinaldo fazia gol e levantava a mão direita, com o punho cerrado, em protesto contra a ditadura, contra a discriminação racial, contra a opressão”, sustenta.

Por esse motivo, enfatiza que, apesar do reconhecimento que o atacante Reinaldo tem, se ele fosse coroado com o título de campeão brasileiro ou da Libertadores, seria grande demais e causaria muitos transtornos ao regime militar estabelecido na época. “Então o Atlético não poderia ser campeão porque faria de Reinaldo um nome transcendental.

A passo que outros grandes jogadores como Zico, que foi sem dúvida um grande jogador, e o próprio Pelé, que foi o maior de todos, sempre foram politicamente bem ajustados ao sistema dominante d época” – ressalta.

Adam acompanhou a vitória do Atlético no Mineirão no domingo com a esposa Francielle e os filhos Alice e João Philipe.
Foto: Divulgação

 

REINALDO

Márcio lembra que já no final da ditadura surge a Democracia Corinthiana com nomes como Sócrates, Casagrande e Wladimir assumindo a defesa da democracia. “Na década de 70 só Reinaldo que levantou o braço e fazia gesto de abaixo à ditadura, pela liberdade. Todo atleticano tem orgulho do Reinaldo, mas sabe que, do ponto de vista de campeonato, o Atlético e os atleticanos pagaram caro” – enfatiza.

“Por isso que esse grito está entalado. Eu convido as pessoas a pesquisarem na internet Atlético x São Paulo em 1977 na decisão do Campeonato Brasileiro e Atlético x Flamengo para confirmar tudo que estou falando, verão como os resultados foram forjados”

 

“Ganhou o título no domingo”

O empresário Wathiney Teodoro dos Santos, que também integra o grupo de torcedores Galo Sama, sem levar em conta a matemática, garante: “o Galo ganhou o título no domingo”. Demonstrando confiança no tropeço do Flamengo diante do Ceará nesta terça para carimbar o nome do Atlético na taça do Brasileirão 2021, acredita que o final do campeonato para o Atlético será com mais vitórias.

Wathiney avalia que o título foi conquistado na prática no domingo, contra o Fluminense.
Foto: Divulgação

“Agora só vai concretizar matematicamente” – sustenta. Wathiney avalia ainda que a campanha em 2021 do Galo é fenomenal. “Será campeão brasileiro, foi campeão mineiro e ainda tem o título da Copa do Brasil a ser disputado contra o Athletico Paranaense. Só faltou ter ganho a Libertadores”.

Para o empresário, o atacante Hulk é o melhor jogador do Galo e também do Brasil nesta temporada.

 

“Sonhado grito de é campeão!”

O cabeleireiro Paulo Venâncio de Oliveira relata que é atleticano desde os sete anos de idade. Atualmente com 40, afirma que ainda não teve a oportunidade do “tão sonhado grito de é campeão brasileiro”. O torcedor viu o Galo ser campeão do Brasileiro da Série B (2006), de duas Copas Conmebol, da Libertadores (2013) e da Copa do Brasil (2014), além de outros tantos campeonatos mineiros.

Lembra que no título da Libertadores, o Galo se apresentou com um time que ele avalia ser um dos melhores de todos os tempos, com o talento de Ronaldinho Gaúcho. Diante da expectativa, Venâncio destaca que “não tem como tirar mais o título do Galo”. Sem querer falar sobre tropeço do Flamengo, afirma que a garantia de título não deve passar do jogo contra o Bahia.

Venâncio: “Não tem como tirar mais o título do Galo”.
Foto: Divulgação

O torcedor aponta que o ídolo atual da torcida é mesmo o atacante Hulk, mas para ele o melhor jogador é o lateral esquerdo Guilherme Arana.

 

Foto do destaque: Pedro Souza-Atlético/Divulgação

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