Grafiteiro e muralista, o artista capixaba Edvandro de Oliveira, de 39 anos, embarca nos próximos dias para Lima, no Peru, e levará a arte, cultura e diversidade capixaba aos muros da capital peruana.

Em entrevista à Rede TC de Comunicações, ele explica que o muralismo é um “braço” do grafite que permite aos artistas trabalharem com mais liberdade em maiores espaços e com extensa variedade de materiais.

“Comecei no grafite em 1998 e me especializei em muralismo em 2016. A arte já me levou para exposições em Nova York, Portugal e agora fui selecionado para representar o Espírito Santo em Lima, no Peru, no Festival Fiteca” – frisa, acrescentando que o festival será realizado de 1º a 5 de maio.

De acordo com Edvandro, o Fiteca terá diferentes oficinas de vários países. “Nós, os grafiteiros, vamos transformando a cidade”. Ele detalha que foi feita uma chamada internacional, na qual se inscreveu, e após passar por uma curadoria de relevância cultural foi selecionado.

“O foco do meu trabalho sempre foi voltado para as questões culturais e diversidade, o que foi de encontro à proposta do Festival e facilitou a minha seleção” – afirma.

“Vou levar a identidade capixaba, que é o meu foco principal. É uma oportunidade de mostrar ao mundo um pouco do Espírito Santo. A nossa diversidade cultural é muito boa, vai ser uma troca de experiências” – reforça.

 

Liberdade para expressar a criatividade

Atualmente residente em Alto Rio Novo, no Noroeste capixaba, Edvandro de Oliveira aponta que o grafite tem apenas um formato, ou seja, uma única forma de ser feito. Já com o muralismo é possível ter “um leque a mais” para explorar diversos tipos de superfícies e materiais.

Ele ressalta que o muralismo permite trabalhos em grandes espaços com diversas técnicas. Dessa forma, o artista tem ainda mais liberdade para expressar sua criatividade. “A nossa maior dificuldade ainda é a incompreensão de muitas pessoas que acabam associando a arte do grafite, muralismo, a manifestações negativas. Falta conhecimento, procurar entender o que é diferente, e é isso que a diversidade faz e é o que levo no meu trabalho” – enfatiza.

Edvandro ressalta que outro ponto positivo é a oportunidade de ocupar os ambientes que antes não tinha acesso. “É um processo que demora muito, mas é ótimo ver onde o seu bom trabalho te leva. Esse trabalho de rua está nos levando a outros países, e a expor em galerias que eram restritas a uma elite, um tipo de arte, e, agora, temos exposições no mundo inteiro” – frisa.

O artista é natural de Vila Velha, residiu em São Mateus de 2012 à 2018, período em que fez trabalhos, por exemplo, nos muros do Ceunes.

Foto do destaque: Divulgação

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