O Ministério da Saúde confirmou que o Brasil registrou, até sábado, cinco casos da subvariante BA.2 da Ômicron. Eram dois casos da linhagem em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e um em Santa Catarina.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BA.2 já é a principal responsável pelas infecções de covid-19 nas Filipinas, Qatar, Índia e Dinamarca. A subvariante BA.1 da ômicron, “versão original” da cepa, foi a principal responsável pelo aumento de casos no mundo desde o fim de 2021.

Não é possível cravar muitas certezas sobre a subvariante BA.2, mas um estudo preliminar feito por cientistas na Dinamarca apontou que a nova versão é 33% mais contagiosa que a cepa predominante no mundo, a BA.1.

Até por isso, Boris Pavlin, chefe da equipe de resposta contra a covid-19 da OMS, disse que a BA.2 está começando a substituir a cepa original e deve se tornar dominante em outros países. No entanto, a subvariante não parece levar a formas mais graves da doença, indica a OMS.

Kleber Luz, infectologista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica o que são as subvariantes de um vírus. “Em todos os vírus RNA as cópias, “os filhotes”, para que a gente possa entender, geralmente são diferentes dos pais. Então, chama-se de mutação e essa mutação pode ganhar uma capacidade maior de produzir doença mais grave ou de aumentar a transmissão. No caso, a ômicron e essa nova subvariante têm uma transmissibilidade maior”, detalha.

 

Não é possível cravar muitas certezas sobre a subvariante BA.2, mas um estudo preliminar feito por cientistas na Dinamarca apontou que a nova versão é 33% mais contagiosa que a cepa predominante no mundo, a BA.1.
Foto: Peter Illicciev-Fiocruz/Divulgação

 

 

Vacinação continua sendo importante, avalia infectologista

 

Brasília – O infectologista destaca que, embora as infecções pelo Ômicron sejam, em sua maioria, mais leves, quanto maior o número de casos, maiores são as chances de ocorrências graves, principalmente em idosos.

Segundo Luz, a vacinação continua sendo importante para minimizar as chances de internação e morte pela covid-19. A explicação para isso é que o organismo vacinado já está “treinado” para combater uma infecção pelo novo coronavírus.

“A vacina ensina o sistema imunológico a se defender da doença e ele fica capacitado a controlar a replicação do vírus, portanto você tem menos forma grave. Então, ainda que a vacina escape, ou seja, o vírus produz a doença nas pessoas vacinadas, o sistema imunológico por ter sido treinado pela vacina vai fazer uma doença menos grave. A recomendação de tomar a vacina continua”, defende.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que a sublinhagem BA.2 da ômicron não tem impacto no diagnóstico laboratorial e eficácia dos imunizantes. “Até o momento, não existem evidências relacionadas à nova linhagem que demonstrem mudanças na transmissibilidade, quadro clínico, gravidade ou resposta vacinal”, diz a pasta.

 

SINTOMAS

Segundo o Instituto Butantan, os sintomas mais comuns entre os infectados pela Ômicron são febre, coriza, dor de garganta e dor no corpo. Sintomas específicos para a subvariante BA.2 não foram divulgados. Em geral, os sinais são bem diferentes da infecção por outras cepas, como perda de paladar, olfato e tosse seca, por exemplo.

 

Ocupação de leitos de UTI

 

Brasília – Na quinta-feira (3), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou em nota técnica que 13 estados brasileiros apresentaram aumento das taxas de ocupação de leitos de UTI para pacientes com covid-19. Nove unidades federativas estavam na zona de alerta crítico, pois possuíam ocupação acima de 80% (Amazonas, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Mato Grosso, Piauí, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul).

A maioria dos estados, no entanto, estão em níveis de alerta médio ou baixo para a ocupação dos leitos de UTI. Os pesquisadores ressaltaram que “a elevadíssima transmissibilidade da variante [Ômicron] pode incorrer em números expressivos de internações em leitos de UTI, mesmo com uma probabilidade mais baixa de ocorrência de casos graves”.

 

VACINAÇÃO

Segundo o Ministério da Saúde, o mês de fevereiro começa com mais de 21,5 milhões de brasileiros aptos a receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Essas pessoas não retornaram às unidades de saúde para atualizar o esquema vacinal. São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro são os estados com mais pessoas com a vacinação atrasada.

A pasta informa que mais de 152 milhões de brasileiros acima de 12 anos já tomaram as duas doses dos imunizantes, o que representa 85% do público nesta faixa etária. Além disso, mais de 42 milhões de pessoas receberam a dose de reforço. (Por Brasil61. Reportagem: Felipe Moura. Edição: José Alexandre de Souza).

 

Foto do destaque: Peter Illicciev-Fiocruz/Divulgação

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