Fortalecer a cadeia produtiva da pimenta rosa/aroeira. Este é o objetivo de um projeto que reúne o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a Associação de Produtores e Extrativistas de Aroeira do Espírito Santo (Nativa) e empresas privadas com apoio do vereador Adeci de Sena. Nesta semana, duas reuniões já foram realizadas em São Mateus, para articulação e integração dos parceiros. A bióloga Fabiana Gomes Ruas explica que “a intenção é criar um arranjo comercial a fim de escoar a pimenta rosa e dar um salto na melhoria da qualidade da produção da associação Nativa, que tem sede na Comunidade do Nativo”.

De acordo com a especialista, esta iniciativa, diferente de outro projeto do Incaper, é mais voltada para a extensão, para o fomento da cadeia produtiva, para seleção de maquinário propício ao beneficiamento da pimenta rosa, inclusive com pré-secagem pelos produtores e extrativistas.

Fabiana explica que, com apoio de associações de pescadores e de catadores de caranguejos, a intenção imediata é identificar o público envolvido no manejo da pimenta rosa no Distrito de Nativo de Barra Nova, com foco especial em quem sobrevive com renda abaixo da linha da pobreza.

Além da melhoria das plantas e dos cuidados na colheita e pós-colheita da pimenta rosa, o projeto visa ainda equipar a Nativa, inclusive com parcerias para uma sede própria, e a Coopbac com maquinário que atue no preparo do produto para exportação, principalmente para a Europa, mas com extensão também para Ásia, América e até, quem sabe, a África.

CAPITAL DA PIMENTA ROSA

A bióloga Fabiana Ruas reforça que São Mateus continua ostentando o título de maior produtor brasileiro de pimenta rosa. De acordo com ela, o Espírito Santo hoje, com amplo protagonismo mateense, já exporta a cada ano mais de 800 toneladas do fruto da aroeira.

Essa produção é resultado de extrativismo, com ação dos catadores em comunidades tradicionais, e também de pequenos agricultores familiares, assentados, quilombolas e, em menor quantidade, também de produtores com áreas cultivadas em maiores extensões, podendo ultrapassar 100 hectares.

Fabiana reforça que o Incaper já possui um banco de material genético da aroeira, com seleção de matrizes de maior produtividade e também de melhor composição química da fruta. Atualmente, esse processo segue em via de montagem de unidades de referência em várias regiões do Estado, inclusive com cultivo de mudas oriundas do Nativo na Reserva Natural da Vale.

A coordenadora de Recursos Naturais do Incaper explica que o vereador Adeci de Sena contribui com o processo, ajudando a identificar as famílias que estão abaixo da pobreza para integração ao projeto. A bióloga salienta que, além de apoio a eventos, como o 2° Festival Brasileiro de Pimenta Rosa, haverá outras ações de intercâmbio e capacitação, com assistência técnica mais intensificada.

Os envolvidos na cadeia produtiva da aroeira vivem também a expectativa de que este ano ainda o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) reconheça a Denominação de Origem para a pimenta rosa produzida em São Mateus, o tão esperado selo de indicação geográfica.

Fabiana relata que, há 18 anos, quando o Incaper começou a atuar com o produto, a pimenta rosa era vendida a R$ 0,45 o quilo in natura. Atualmente, na produção convencional, este preço fica entre R$ 10 e R$11, enquanto a orgânica está avaliada em torno de R$ 18. O produto final, pronto para exportação, está cotado a R$ 60, detalha a bióloga. A colheita acontece duas vezes por ano.

Foto do destaque: Divulgação

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