SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (11) pelo jornal The New York Times reforçou a medida de descontentamento dos americanos com a gestão do democrata Joe Biden.

O levantamento do veículo, em parceria com o Siena College, indica que só 13% das pessoas veem o país no rumo certo. O número é o mais baixo na série de pesquisas desde 2008, auge da crise financeira global, no final da Presidência de George W. Bush.

Segundo o NYT, a sensação de pessimismo é generalizada, quando se analisam os recortes por região do país, idade, cor da pele e preferência partidária. Levantamento recente do instituto Ipsos teve resultado semelhante, com 71% dos americanos dizendo considerar que o país está na direção errada.

Foto: @joebiden / Instagram

Outros dois dados da pesquisa NYT/Siena evidenciam a crise interna enfrentada por Biden, que, em 18 meses no cargo teve relativamente poucos avanços no Congresso, viu a Suprema Corte dar uma série de decisões adversas para suas plataformas e não conseguiu resolver o principal problema do país hoje, a inflação.

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O primeiro é a taxa de aprovação de seu mandato, de apenas 33% –a média dos levantamentos nacionais na semana passada era de 38,9%, a menor cifra registrada desde o início da gestão. Mesmo considerando os partidários de Biden o índice é tido como mais baixo do que o normal, próximo de 70%, e entre os que se veem como independentes dois terços desaprovam o presidente.

O segundo é o índice de eleitores do Partido Democrata que desejam ver o presidente concorrendo à reeleição em 2024: só 26%. Outros 64% esperam que a legenda tenha outro nome na disputa do cargo, possivelmente contra o republicano Donald Trump.

Hoje com 79 anos, Biden já disse que pretende buscar um segundo mandato. Segundo a pesquisa, a idade dele é o principal motivo para os eleitores democratas preferirem uma alternativa: 33% citam a questão, um ponto percentual mais do que os que apontam o desempenho ruim do presidente.

“Quero sangue mais jovem. Estou cansada de gente velha mandando no país, não quero [no poder] alguém com o pé na cova”, disse ao jornal americano a professora Nicole Farrier, 38, de East Tawas (Michigan), que votou em Biden em 2020 e hoje manifesta preocupações com a elevação do custo de vida.

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“Eu tinha um estilo de vida confortável, mas passei para uma situação em que não posso mais pagar praticamente nada.”

Segundo a pesquisa, 20% das pessoas veem o desemprego e a economia como principais problemas dos EUA hoje, à frente justamente da inflação e do custo de vida (15%). Considerando esse cenário, em que ainda 75% dos americanos disseram que a economia é um tema “extremamente importante”, só 1% classificam a situação no setor como excelente na gestão Biden.

A evidência mais candente disso é a alta de preços, hoje na faixa de 8,6% ao ano e especialmente perceptível nos postos de combustível: a gasolina custa, em média, US$ 5 (R$ 26,6) o galão, quando em janeiro a média era de US$ 3,40 (R$ 18).

Voltando à lista dos principais problemas do país, 10% apontam o estado da democracia e a polarização política, mesmo índice dos que veem as políticas de armas como o maior debate no país.

Os EUA vêm de uma série de ataques a tiros, em escolas, hospitais e festividades, e Biden reforçou sua posição de porta-voz em defesa de maior controle no acesso a armas –ainda que o tema historicamente enfrente oposição ferrenha de republicanos, alguns avanços foram conquistados nas últimas semanas.

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A situação delicada de Biden é especialmente preocupante para o Partido Democrata quando se lembra que em novembro haverá eleições para a renovação do Congresso. As projeções mais recentes indicam a chance de uma ampla vitória republicana.

Uma análise do site FiveThirtyEight, especializado em estatísticas, aponta que os republicanos têm 87% de chances de obter maioria e assumir o controle da Câmara, e 55% de fazer o mesmo no Senado.

A pesquisa NYT/Siena ouviu por telefone 849 eleitores americanos em todo o país entre 5 e 7 de julho. A margem de erro é de 4,1 pontos.

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