SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em postagem numa rede social neste sábado (4), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para fazer chacota da China.

Ministro da Educação, Abraham Weintraub. Foto: Reprodução

“Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, escreveu o membro do gabinete do presidente Jair Bolsonaro, trocando a letra “r” por “l” nas palavras usadas, assim como na criação de Mauricio de Sousa.
A mudança das letras ridiculariza o sotaque de muitos asiáticos ao falar português. Junto à postagem, Weintraub colocou a capa de um dos gibis da Turma da Mônica cujo enredo se passa na China.
Esse não é o primeiro ataque de uma pessoa ligada a Bolsonaro contra o país onde se registrou o começo da pandemia e que, por isso, é acusada de ter gerado a crise mundial devido à Covid-19.

Na noite do dia 18 de março, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, após o filho do presidente, também em uma rede social, comparar a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, em 1986.
As autoridades, à época submetidas a Moscou, ocultaram a dimensão dos danos e adotaram medidas de emergência que custaram milhares de vidas.
“A culpa é da China [pela crise da Covid-19] e liberdade seria a solução.”
O episódio gerou crise diplomática entre os países. Com a repercussão das respostas dos dois lados, o deputado federal afirmou no dia seguinte às declarações que jamais quis ofender o povo chinês e ressaltou que o embaixador chinês não refutou seus argumentos sobre o surgimento do coronavírus.
Entre membros do Planalto, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que o filho de Bolsonaro não falava em nome do governo, enquanto a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que a “posição do governo brasileiro é de amizade com a China”.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2018, 26,7% das exportações brasileiras tiveram a China como destino -Pequim lidera o ranking dos países compradores dos produtos brasileiros, segundo o Ministério da Economia. Entre 2003 e 2019, Pequim investiu US$ 79 bilhões no Brasil.
A crise fez com que o presidente brasileiro telefonasse para o dirigente da China, Xi Jinping, para aparar as arestas criadas pelo filho.
Ao comentar a ligação, também em uma rede social, Bolsonaro disse que ele e o líder chinês reafirmaram “nossos laços de amizade, troca de informações e ações sobre a Covid-19 e ampliação de nossos laços comerciais”.
A imagem que acompanhou a postagem sobre o telefonema mostra a presença do chanceler Ernesto Araújo, da ministra da agricultura, Tereza Cristina, e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, junto com o presidente no momento da conversa com Xi.

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