JULIANNE CERASOLI
SUZUKA, JAPÃO (UOL/FOLHAPRESS) – Lewis Hamilton caminha a passos largos para a conquista de seu sexto título mundial, ficando a um do recorde de Michael Schumacher. Em número de vitórias, outra marca do alemão que era considerada praticamente inalcançável, Hamilton está a nove de igualar as 91 conquistas de Schumi. Porém, mesmo reconhecendo o talento do inglês, Max Verstappen questionou o nível de dificuldade que ele encontrou especialmente desde que a Mercedes passou a dominar a Fórmula 1, em 2014 – época que coincidiu com a maior parte de suas conquistas.

Para o holandês, ele nunca “sofreu pressão de verdade” de seus companheiros de equipe. “Se você tem o carro certo, dá para bater qualquer um. Lewis é um piloto incrível e um dos melhores que já correram na Fórmula 1. Mas ele também tem o melhor carro, e quando você tem o carro dominante, o único com quem você realmente está lutando é seu companheiro de equipe”, explicou Verstappen.

Hamilton conquistou quatro de seus cinco títulos de 2014 para cá, e deve garantir nas próximas etapas o sexto campeonato por antecipação. Antes de se juntar à Mercedes, em 2013, ele teve como companheiros Fernando Alonso por um ano na McLaren, Heikki Kovalainen por dois e Jenson Button por três temporadas. Button foi o único que conseguiu bater Hamilton durante um campeonato neste período, em 2011.

Na Mercedes, Hamilton passou a dividir a equipe com Nico Rosberg, por quem seria batido em 2016, em disputa que foi até a última corrida da temporada. Verstappen lembrou que, naquela ocasião, “Hamilton começou a ter largadas ruins depois que perdeu a liderança do campeonato no meio da temporada.”

Rosberg se aposentou depois de conquistar o campeonato e, desde 2017, é Valtteri Bottas quem divide a Mercdedes com o inglês. O piloto finlandês ainda não demonstrou a consistência necessária para batê-lo, e atualmente é o segundo colocado na tabela, 73 pontos atrás com 130 pontos ainda em jogo no campeonato. Por conta disso, dependendo do resultado do GP do Japão, que será disputado neste final de semana, Hamilton já poderá ser campeão na etapa seguinte, no México.

Bottas está confirmado na Mercedes na próxima temporada, tendo renovado seu contrato por apenas um ano. Assim, os acordos dele e de Hamilton com a equipe alemã vão até o final de 2020. Mas o inglês já disse que apoiaria a chegada do próprio Verstappen na equipe. O contrato do holandês com a Red Bull também vai até o final do ano que vem.
“Gosto de trabalhar com Valtteri. Não sei como a dinâmica funcionaria para a equipe [no caso de Verstappen chegar], e não estou dizendo que não funcionaria. Vejo pontos positivos e potenciais pontos negativos. Obviamente, há um lado positivo e negativo com pessoas diferentes com quem você trabalha. Mas para mim funcionaria bem porque no momento as pessoas escrevem que nós temos carros diferentes e que essa é a única maneira de eu ter uma chance e esse não é o caso”, respondeu Hamilton.

Perguntado se gostaria de se juntar à Mercedes, Verstappen disse que “se acontecer, tudo bem, mas não é algo com que estou sonhando.”

Verstappen está acompanhando de perto o desenvolvimento dos motores Honda para decidir se segue ou não na Red Bull. Os japoneses estavam em dúvida se continuariam na categoria além de 2020, mas as duas vitórias conquistadas pelo próprio Verstappen nas corridas da Áustria e da Alemanha, bem como a evolução da Honda neste ano, são vistas como importantes para a continuidade do projeto.

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