LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O volume de vendas do comércio varejista do país subiu 1,2% em julho, na comparação com junho. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O desempenho ficou acima das expectativas do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam elevação de 0,6% nas vendas.

Frente a julho de 2020, o varejo teve alta de 5,7%, indicou o IBGE. O setor ainda registrou avanço de 6,6% no acumulado de janeiro a julho de 2021. Em período maior, de 12 meses, houve crescimento de 5,9%.

Após os impactos iniciais da pandemia, o comércio aposta na reabertura de lojas e no menor nível de restrições a atividades para se recuperar.

A retomada, contudo, é ameaçada pela recente escalada da inflação e pelo desemprego elevado. Em conjunto, os dois fatores diminuem o poder de compra da população.

A inflação vem ganhando força no país com a pressão de itens como combustíveis e energia elétrica. No acumulado de 12 meses até agosto, dado mais recente à disposição, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) se aproximou de dois dígitos, com alta de 9,68%.

Já o desemprego atingiu 14,4 milhões de brasileiros no segundo trimestre. À época, a taxa de desocupação foi de 14,1%. Para complicar, a renda dos trabalhadores que estão empregados dá sinais de fragilidade.

Devido à pressão inflacionária, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) passou a subir a taxa básica de juros, a Selic. Os juros maiores, em um contexto de desemprego acentuado e preços em alta, jogam contra o consumo das famílias.

Antes de apresentar o resultado do comércio, o IBGE divulgou, na semana passada, o desempenho da produção industrial em julho. Conforme o instituto, a produção das fábricas caiu 1,3% no sétimo mês deste ano. O dado do setor de serviços, por sua vez, será conhecido na próxima semana.

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