SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPPRESS) – Milhares de pessoas já esperavam para entrar na Casa Rosada, sede do governo argentino, às 6h desta quinta-feira (26), quando as portas do edifício histórico se abriram para receber os fãs de Diego Armando Maradona.

O ex-jogador morreu na quarta (25), após não resistir a uma parada cardiorrespiratória.

Mais de 1 milhão de pessoas são esperadas no velório, que criou filas enormes nas ruas de Buenos Aires.

As tentativas de manter o distanciamento social por conta da pandemia do coronavírus e a organização da entrada dos admiradores fracassaram logo de cara. Havia grades de metal para tentar conter o volume de gente, mas elas eram constantemente derrubadas, porque alguns queriam passar adiante dos outros.

Muitos desses fãs haviam passado a noite entre o Obelisco e a Praça de Maio, onde foram realizadas as homenagens na quarta, e vários estavam embriagados.

Com bastante esforço, seguranças conseguiam convencer que alguns pelo menos colocassem a camiseta e a máscara antes de entrar no recinto.

Houve focos de confusão, e a polícia, com equipamento de choque, chegou a intervir para dispersar.

Na fila, ainda do lado de fora, havia momentos de cantoria, choro, pessoas que chegavam abraçadas, famílias, pais com filhos.

Do lado de dentro, bem mais controlado, o caixão com o corpo de Maradona está no salão interno, fechado e coberto com uma camiseta da Argentina de número 10 e outra do Boca Juniors.

As pessoas passam rapidamente diante dele e gritam: “Obrigada, Diego”, “Você é Deus”, além de jogarem camisetas de vários times, terços e outros objetos.

Pouco antes de abrirem as portas para a multidão que já estava na Praça de Maio desde o dia anterior, a família do ídolo se despediu dele numa cerimônia privada, à qual os jornalistas não tiveram acesso.

Estavam presentes sua ex-mulher, Claudia Villafañe, suas filhas mais velhas Dalma e Giannina, e também sua companheira mais recente, Veronica Ojeda, com o filho mais novo, Dieguito Fernando, além da outra filha do ex-jogador, Jana Maradona. Apenas um dos filhos reconhecidos, Diego Júnior, não compareceu, por estar na Itália, em tratamento médico por conta do coronavírus.

Também compareceram alguns ex-jogadores que foram companheiros de Maradona -Oscar Ruggeri, Sergio Batista e Jorge Burruchaga- e alguns ídolos argentinos mais recentes, como Carlos Tévez, Martín Palermo e Javier Mascherano.

Toda a vizinhança da sede do governo está cercada, a mais de seis quarteirões, e com forte presença policial. A bandeira argentina localizada no meio da Praça de Maio está a meio-pau, em sinal de luto.

A cerimônia está prevista para ocorrer até as 16h. Depois disso, seu corpo será levado ao cemitério de Bella Vista.

COMPARTILHAR

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here