CRISTIANE GERCINA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os funcionários daCaoa Chery, em assembleia na manhã desta sexta-feira (6), a proposta de indenização da empresa de pagar três salários pelas demissões com o fechamento da unidade em Jacareí (80 km de SP).

A montadora anunciou na quinta (5) que encerrará as atividades de forma temporária para readequar a planta com a intenção de produzir veículos híbridos e elétricos até o final de 2023. A readequação, segundo nota, exigirá o fim das atividades e demissão de funcionários.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, aos menos 485, dos cerca de 600 trabalhadores atuais, serão cortados. A empresa não informa os números.

Foto: caoachery / Divulgação

Weller Gonçalves, presidente da sindicato diz que, na manhã de quinta, na reunião em que comunicou o fechamento, a Caoa afirmou que todos os metalúrgicos da produção serão desligados, somando 370 profissionais, e haverá demissão de 50% dos trabalhadores do setor administrativo, colocando mais 115 na rua. Os demais 155 seriam realocados de alguma forma.

Além da unidade de Jacareí, onde produz os veículos Tiggo 3x e Arrizo 6 Pro, a Caoa tem uma fábrica em Anápolis (GO), onde são montados modelos Hyundai e Chery. Inaugurada em 2014, a fábrica de Jacareí foi a primeira da montadora fora da China. Em 2017, houve a compra de 50,7% da Chery pela Caoa por US$ 2 bilhões na época (cerca de R$ 10,06 bilhões na cotação atual).

Segundo a empresa, a produção será intensificada em Anápolis. A meta de produzir 60 mil unidades neste ano está mantida. Dados do sindicato apontam que, em Jacareí, foram montados 14 mil veículos no ano passado, ano de melhor desempenho. Mas, desde que veio ao Brasil, a Chery não bateu suas metas de produção.

“Esta ação faz parte da transição tecnológica da Cao Chery que visa aumentar sua competitividade no âmbito nacional e internacional”, diz nota.

Sindicato e Caoa se reúnem na terça
O sindicato deve informar a recusa dos funcionários à montadora em reunião na próxima terça (10). Também insistirá com a proposta aprovada em assembleia que prevê manter os trabalhadores em licença remunerada neste mês de maio, colocá-los em lay- off de junho a outubro e garantir mais três meses de estabilidade de outubro a janeiro, para o assunto voltar a ser definido em 2023. “Nós não aceitamos o fechamento”, diz Gonçalves.

Na assembleia desta sexta, os trabalhadores também aprovaram um acampamento na montadora, contra o fechamento da unidade. Eles estão em licença remunerada desde março e, pela manhã, fizeram uma passeata que saiu da sede da empresa até a Prefeitura de Jacareí. Havia, segundo o sindicato, cerca de 400 profissionais.

Além das demissões diretas, a entidade estima que a cada um corte na Caoa Chery, haverá impacto em outras três vagas de profissionais ligados ao setor, como terceirizados da alimentação e da limpeza, por exemplo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here